Estudo mostra que Inteligência Artificial Agêntica é aposta das empresas de tecnologia para 2025

De acordo com conteúdo produzido anualmente pela EY, agente autônomo ajuda na integração entre departamentos da empresa; ambiente regulatório e déficit de talentos estão entre as oportunidades.

ey-brasil-leonardo-donatoLeonardo Donato, sócio-líder da EY de Telecomunicações, Mídia & Entretenimento e Tecnologia para América Latina. (Foto: Divulgação)

A nova edição do estudo anual “10 Principais Oportunidades para Empresas de Tecnologia em 2025”, feito pela EY, uma das principais auditorias e consultorias do mundo, aponta como a inteligência artificial traz ganhos financeiros, estruturais e operacionais nos negócios. Entrando na era de agentes autônomos com o potencial de desempenhar tarefas complexas de forma independente, a Inteligência Artificial Agêntica é o assunto do momento, uma vez que não espera por prompts e desempenha funções sem intervenção humana, como, por exemplo, atendimento ao cliente, análise de dados e ofertas personalizadas de produtos e serviços.

Neste momento em que as empresas estão buscando retornos tangíveis e positivos de seus gastos em relação ao uso de tecnologias emergentes, a IA Agêntica tem desempenhado um papel importante por ser facilitar, transformar e ajudar na colaboração entre departamentos por causa do seu aprendizado contínuo. Durante vários anos, a grande discussão dessa indústria foi sobre a vantagem competitiva que as empresas digitais desfrutavam em relação às empresas tradicionais e que agora estão repensando aspectos de suas operações com a ferramenta.

Utilizada no ambiente fiscal e regulatório, por exemplo, a IA Agêntica ajuda os profissionais da área de back-office a se concentrar em temas estratégicos para que as decisões mais importantes possam ser tomadas com confiança, no ritmo e sem criar obrigações fiscais ou jurídicas imprevistas.

“Para isso, as empresas de tecnologia precisam reexaminar suas atuações geográficas e considerar a diversificação regional para mitigar os riscos de mudanças nas políticas regulatórias e tributárias”, diz Leonardo Donato, sócio-líder da EY de Telecomunicações, Mídia & Entretenimento e Tecnologia para América Latina.

Ambiente regulatório

No Brasil, o marco regulatório da Inteligência Artificial ainda passará pela análise da Câmara Federal e posterior sanção presidencial para sua entrada em vigor, o projeto de lei, aprovado em dezembro de 2024 pelo Senado Federal, reflete alguns aspectos importantes para o uso da tecnologia. Entre elas, inovação responsável, competitividade do mercado e garantias da implementação de sistemas seguros e confiáveis aos usuários.

O relatório de oportunidades aponta que a supervisão regulatória e o envolvimento do governo tendem a se concentrar historicamente nas maiores empresas de tecnologia, com empresas menores focadas em conformidade e menos envolvimento. Ao colaborar com os formuladores de políticas e participar proativamente de fóruns internacionais e debates globais, empresas de tecnologia podem ajudar a moldar estruturas regulatórias que promovam a inovação, ao mesmo tempo em que abordam as preocupações da sociedade. “Esse engajamento pode levar a ambientes regulatórios mais favoráveis e ajudar a construir confiança com as partes interessadas”, diz Donato.

Déficit de talentos

Por outro lado, temos visto um cenário desafiador pelo déficit de mão de obra qualificada no Brasil, impulsionado especialmente pela adoção acelerada da Inteligência Artificial (IA), obrigando as empresas adotarem estratégias agressivas de capacitação, aprendizagem contínua e assistência operacional assistida.

Assim como já acontece no Brasil, a versão global do mesmo estudo recomenda às empresas capacitarem sua força de trabalho com habilidades por meio de programas de treinamento. “Parcerias com universidades e programas de inovação com cursos, eventos, mentorias focadas em desenvolvimento de software, ciência de dados e automação, ajudam na formação de profissionais qualificados para o mercado digital”, diz. Uma outra pesquisa da EY sobre a ansiedade da Inteligência Artificial nos negócios mostra que 82% das pessoas pensam que a IA as tornará mais eficientes, produtivas e capazes de se concentrar em trabalhos de maior valor.

Investir em treinamentos imersivos com aplicação real das ferramentas digitais é uma das alternativas para ajudar na produtividade e preparar a força de trabalho para os desafios da transformação digital. “A adoção de copilotos e assistentes de IA mais avançados pode aumentar a produtividade dos colaboradores e aprimorar novas formas de trabalhar em um nível mais personalizado”, finaliza o sócio.