Bruna Fausto, KFC: 'Conquistar o público mais jovem significa garantir a perenidade da marca'

Em entrevista exclusiva, Bruna Fausto, General Manager do KFC no Grupo IMC, fala sobre os esforços para conquistar a GenZ e consolidar a marca no Brasil.

BRUNA FAUSTO_IMC_4Bruna Fausto, General Manager do KFC no Grupo IMC. (Foto: Divulgação)

Crescer em número de lojas e em público é o que espera a maior rede de frango frito do mundo, o KFC, no Brasil. Com suas recentes campanhas publicitárias voltadas para a Geração Z, a empresa tem direcionado seus esforços para essa parcela da população, que considera peça-chave para garantir a longevidade da marca.

Em entrevista exclusiva ao portal LÍDER.INC, Bruna Fausto, General Manager do KFC no Grupo IMC, destacou o salto na expansão de unidades no país desde 2020, quando a rede contava com três vezes menos lojas do que atualmente, o processo de consolidação no Brasil e a estratégia de investimento em inovação e digitalização das operações. Esses esforços já garantiram, por exemplo, um aumento de quase 34% nas vendas por delivery no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2023.

Na recente campanha estrelada pelo MC Daniel, o foco foi a GenZ. Essa geração tornou-se público-alvo da marca? 

A Geração Z é, sem dúvidas, pra quem temos direcionado a maior parte dos nossos esforços, já que conquistar o público mais jovem significa garantir a perenidade da marca. No entanto, o KFC possui um apelo e uma popularidade muito grande com consumidores de todas as idades. Os millenials e até gerações anteriores costumam se identificar com a marca e seus produtos de forma espontânea, muito por já terem visto os baldes listrados em filmes e séries americanas, mas também pela própria natureza do nosso produto: frango frito é uma opção de refeição extremamente democrática.

Falando em GenZ, uma recente pesquisa mostrou que essa parcela da população é a que mais pede comida por delivery. Essa opção é uma estratégia da marca?

O delivery possui uma importância e um impacto enorme para o KFC enquanto negócio. Tanto que essas vendas via agregadores cresceram 33,5% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2023. Na mesma linha, os totens de autoatendimento da marca cresceram 863% (comparação do 1T24 com o 1T23). Isso porque, desde 2020, o Grupo IMC - que opera a marca no Brasil - tem investido fortemente em inovação e digitalização das operações, ampliando os canais digitais, seja por meio de totens de autoatendimento e self checkout ou plataformas online, como WhatsApp e agregadores de pedidos.

Pensando em mercado, como é atuação do KFC no mercado brasileiro? O que difere de outros países? 

Embora o KFC ainda seja uma marca relativamente nova no Brasil e ainda haja muita oportunidade de capilaridade, ao redor do mundo a bandeira já é muito forte e popular, chegando a ser até a rede de fast-food mais consumida naquele local. No Brasil ainda estamos em processo de consolidação e vemos muito espaço e oportunidades para crescer, tanto em número de lojas quanto em público. Do ponto de vista de produtos, o KFC do Brasil mantém o padrão do menu internacional, mas também tem buscado adaptar seu portfólio ao gosto regional. É o caso, por exemplo, dos pratos que são servidos em lojas selecionadas com pedaços de frango e acompanhamentos de arroz, feijão, purê de batatas, batatas fritas, salada tropical e salada coleslaw.

?Há perspectivas de expansão no Brasil? 

O KFC é uma das marcas que mais tem crescido nos últimos anos. Somente em 2023 inauguramos mais de 30 unidades em várias cidades do país, o que nos trouxe a um total de mais de 190 restaurantes no Brasil, mais do que o triplo do que a rede tinha de lojas em 2020, quando o Grupo IMC iniciou o processo de expansão da bandeira. Atualmente estamos entre as 10 bandeiras que mais abrem lojas em shoppings (dados da ABRASCE / 1T24) e com oportunidades de crescimento ainda maiores para os próximos anos. Nosso foco é estarmos presentes em todas as capitais brasileiras, além de expandir para interior e regiões metropolitanas.

Como é pensar em expansão dos negócios após o impacto  severo da pandemia?

Para além de toda a questão de saúde pública, a pandemia também foi um período muito desafiador do ponto de vista de negócios, com fechamento de lojas e uma reestruturação das operações como um todo. Foi um momento, no entanto, em que o mercado entendeu que depender apenas de vendas presenciais pode ser arriscado, de forma que se passou a investir muito mais em plataformas de vendas digitais. Dessa maneira, revisitamos e ajustamos alguns processos internos e hoje a nossa estratégia de expansão foi retomada, também apoiada em uma presença digital cada vez maior.