Fusões e aquisições crescem 13% no semestre, mas cenário global e juros ainda limitam apetite de investidores
De janeiro a junho foram registradas 706 transações, sendo o segundo maior número observado nesse período na série histórica, iniciada em 2008.
Adoção de novas tarifas comerciais pelos Estados Unidos e a taxa básica de juros interna ainda elevada têm desestimulado o apetite dos investidores, segundo a PwC. (Foto: Freepik)
Monitoramento da PwC Brasil indica que, no primeiro semestre de 2025, as transações de M&A cresceram no país 13% em relação ao mesmo período de 2024, impulsionado por uma alta inicial de 21,94% no primeiro trimestre. O volume de operações, que começou alto nos primeiros meses do ano, perdeu fôlego diante de um ambiente internacional mais desafiador.
De janeiro a junho foram registradas 706 transações, sendo o segundo maior número observado nesse período na série histórica, iniciada em 2008. O setor de tecnologia, mídia e telecomunicações (TMT) lidera o ranking com 297 operações, seguido por Consumo e Varejo, com 135, e o bloco de Manufatura e Automotivo, com 75.
A adoção de novas tarifas comerciais pelos Estados Unidos e a taxa básica de juros interna ainda elevada têm desestimulado o apetite dos investidores. Com rentabilidades próximas a 1% ao mês em aplicações de baixo risco, há pouco incentivo para assumir riscos operacionais, o que impacta diretamente os valuations e o fechamento de negócios.
Além disso, a participação de investidores estrangeiros no mercado de fusões e aquisições brasileiro segue em queda. Após atingir um pico de 49% em 2015, o percentual caiu para uma média de 18% nos últimos cinco anos, refletindo maior cautela diante de incertezas econômicas e regulatórias.