BID anuncia US$ 2,5 bi para segurança e vai dobrar carteira do setor privado
Ilan Goldfajn afirma que América Latina precisa transformar potencial em produtividade.
Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), defende uma aliança multilateral voltada ao combate ao crime organizado. (Foto: Will Volcov e Vanessa Carvalho/LIDE)
O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, anunciou que a instituição vai destinar US$ 2,5 bilhões para apoiar países da região em emergências de segurança pública. A medida faz parte de uma aliança multilateral voltada ao combate ao crime organizado, que segundo ele “não pode ser enfrentado país a país”.
A declaração foi feita durante a visita da comitiva de empresários e autoridades que participam do LIDE Brazil Development Forum à sede do BID, em Washington. O encontro é parte da segunda edição do fórum, que reúne lideranças para debater investimentos, infraestrutura, sustentabilidade e o papel do Brasil no cenário internacional.
Goldfajn destacou que o BID está capitalizando o BID Invest, braço privado da instituição. “Vamos dobrar o tamanho do BID Invest. Hoje, 44% do nosso financiamento já passa pelo setor privado. Até 2030, nossa meta é chegar à paridade”, afirmou.
Na avaliação do executivo, a América Latina reúne ativos estratégicos para o mundo, como alimentos, energia limpa, preservação da Amazônia e minerais críticos, mas carece de maior integração comercial.
“Temos um mercado de 660 milhões de pessoas e um PIB de US$ 6,6 trilhões, mas apenas 15% do comércio é dentro da região. A Ásia chega a 55% e a Europa a quase 70%”, disse.
Ele também ressaltou que a região precisa enfrentar o desafio da produtividade estagnada. “Não conheço um modelo em que um país tenha alcançado alta renda apenas com o governo empurrando. É preciso que o setor privado seja parte da solução”, declarou.
Reformas e PPPs
Anette Kilmer, chefe da representação do BID no Brasil. (Foto: Will Volcov e Vanessa Carvalho/LIDE)
O chefe de gabinete da presidência do BID, André Soares, reforçou que a instituição está se transformando para ampliar sua escala e tornar o setor privado protagonista. A meta é elevar os desembolsos anuais de US$ 25 bilhões para US$ 38 bilhões até 2030, com mais da metade destinada a empresas.
Já a chefe da representação do BID no Brasil, Anette Kilmer, destacou o avanço das parcerias público-privadas em áreas como saneamento, saúde, educação e transição energética.
“Estamos ampliando a nossa parceria em como o banco pode ajudar esse vínculo forte entre o setor privado e o setor público”, afirmou