Luana Génot, CEO do ID_BR: ‘Precisamos discutir ESG para além do verde’
Executiva abordou a busca pela igualdade racial como pilar fundamental de sustentabilidade durante o evento realizado na CASA LIDE.
Executiva abordou a busca pela igualdade racial como pilar fundamental de sustentabilidade durante o evento realizado na CASA LIDE. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Debater ações práticas que promovam a diversidade, a equidade e a inclusão nas organizações, transformando o atual cenário para que mais empresas tenham lideranças negras. Esse foi o tema central do Seminário Equidade | LIDE ESG, realizado na manhã desta quinta-feira (29), na CASA LIDE, em São Paulo.
O contexto histórico da desigualdade e a necessidade de reparação geracional também foi abordada pelos expositores. Mestre e professora de comunicação da Faculdade Cásper Líbero, Viviane Mansi frisou que são necessários mais de 200 anos para que uma família possa mudar de classe social. “Por isso, é fundamental que as lideranças queiram fazer a diferença, caso contrário, estamos trabalhando para perpetuar a pobreza”.
Ivan Lima, presidente do LIDE Equidade Racial. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Para o CEO da GO Associados, Gesner Oliveira, só haverá uma mudança profunda no Brasil se essa mudança tiver início nas organizações. Oliveira destacou a importância de um índice de equidade racial nas empresas, ferramenta capaz de medir o problema e contribuir para novas estratégias.
“A parcela de negros nas empresas é de 31,5%, enquanto nos conselhos eles representam somente 5,8%. Isso significa que pessoas negras não fazem parte das lideranças, daqueles que tomam decisões”.
Presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles destacou que boa parte dos executivos c-level não sabem quais são as diferenças entre diversidade, equidade e inclusão.
“Sem lideranças negras, diversidade racial é moda. Algo que pode sair da política da empresa em uma mudança de CEO, por exemplo”.
Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Os pilares de equidade devem levar em conta questões sociais e qualidade de vida, muito além da sobrevivência, de acordo com a coordenadora de projetos de Direitos Humanos do Instituto Ethos, Scarlett Rodrigues.
“Se essa pessoa leva três horas para chegar ao trabalho, isso também deve estar em pauta de diversidade, equidade e inclusão. É preciso olhar para os erros do passado e não cometê-los no futuro, mas será que estamos mesmo aprendendo com eles?”.
Scarlett Rodrigues, coordenadora de projetos de Direitos Humanos do Instituto Ethos. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Gerente de Recursos Humanos e Marcas da BASF América do Sul, Juliana Alves destacou a importância da diversidade para os negócios. “Não se faz um futuro sustentável sem pessoas. E pessoas são diversas, especialmente no Brasil, que tem mais de 50% da população negra. Diversidade é uma jornada e tem um grande caminho a ser construído”.
“As empresas precisam de multidisciplinaridade, ideias diferentes e diversidade de equipes, e você não consegue isso com cinco homens brancos”. A fala é do presidente no Brasil e na América do Sul da KPMG, Charles Krieck, que destacou a meta de aumentar significativamente o número de negros e lideranças negras na companhia.
A diversidade, equidade e inclusão como pilares fundamentais ESG foram destaque na exposição da CEO da ID_BR, Luana Génot.
“Precisamos discutir ESG para além do verde, e é possível fazer a intersecção com as questões de diversidade racial. A igualdade racial é um processo de longa jornada, para além do RH”, finalizou.
O Seminário Equidade | LIDE ESG tem patrocínio da Acciona e da Shell. O evento tem apoio da Comerc Energia, Magalu, Heineken e Tour House. As midia partners são Grupo Jovem Pan, JP News, Revista LIDE e TV LIDE. Os fornecedores oficiais são 3 Corações, Eccaplan, Natural One e Águas da Prata. Os operadores de tecnologia são Netglobe, RCE Digital, TCL Semp e The LED.