Amazônia precisa aproveitar a biodiversidade como forma de desenvolvimento econômico

Paulo Artaxo entende que esse potencial econômico deva ser explorado a partir da integração da região com o restante do País.

Amazônia_ Foto: Fundo Amazônia/DivulgaçãoIniciativa tem como foco a redução de desigualdades regionais. ( Foto: Fundo Amazônia/Divulgação)

O Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia foi criado pelo governo federal com o objetivo de alcançar o crescimento econômico sustentado e a geração de empregos na região. O foco é o ganho de produtividade , eficiência e recuperação fiscal. O Projeto de Lei 5787/23 cria o Plano Regional (PRDA) para o período de 2024 a 2027. Elaborado pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), a iniciativa tem como foco a redução de desigualdades regionais.

Para o professor Paulo Artaxo, coordenador do Centro de Estudos da Amazônia Sustentável da USP, a proposta do plano é vista como uma “forma efetiva de encontrar caminhos de desenvolvimento para a região que sejam sustentáveis e mantenham a floresta em pé e, ao mesmo tempo, reduza as desigualdades sociais e regionais da Floresta Amazônica”.

As desigualdades sociais são gritantes na região amazônica e o desenvolvimento deve chegar através de políticas públicas e investimentos em educação, ciência e tecnologia.

Integração

A Amazônia precisa ser totalmente integrada ao resto do País e não ser vista como algo separado do Brasil; aproveitar a biodiversidade como forma de desenvolvimento econômico local. Segundo Artaxo, o maior desafio na região amazônica ainda é a questão da energia. Hoje a maioria das cidades utilizam o diesel para poderem ter luz e transporte.

Dessa forma, não seria interessante nem o uso de energia solar, por causa da alta umidade e nebulosidade, mesmo sendo uma floresta tropical, nem tampouco a eólica, justamente porque não existe muito vento na superfície da Amazônia. A alternativa seria o uso de gerador de eletricidade em rios com baixo fluxo de água.

Cerca de 19% da floresta amazônica original foi devastada para ser usada na agropecuária, atingindo os Estados do Pará, norte de Mato Grosso e Rondônia. O desafio aqui é encontrar um manejo adequado. Ainda falando em agropecuária e agronegócios, a agricultura familiar é importantíssima nessa região, mas é necessário apoio da Embrapa e governos locais.