A equipe de navegantes entusiastas que deseja entrar na vela profissional pela primeira vez, com a ajuda de NFTs

Imagine os seguintes ingredientes: um grupo de fãs, no estilo Green Bay Packers e, em seguida, adicione cadeias de blocos, criptomoedas e barcos velozes, capazes de percorrem 50 mph sobre as águas.

Por MICHAEL VERDON | fotos SAIL GP
14/11/2022 | 07h00 - Atualizado em 16/11/2022 | 11h10

SailGP has announced a new fan-owned team that plans to join its circuit

A SailGP foi fundada há quatro anos por Russell Coutts e pelo presidente da Oracle Larry Ellison como uma liga competitiva de vela em países diversos.

Um clube similar ao Green Bay Packers, anunciou a intenção de entrar no mundo da vela competitiva. O time do Bernoulli-Locke anunciou que planeja arrecadar fundos para deslanchar uma equipe SailGP, com representação nas regiões das Bermudas e do Caribe. O projeto é considerado ambiciosos e ousado, pois a equipe planeja arrecadar US$ 40 milhões com participação acionária, via blockchain, custando US$ 20.000 cada.

Os 2 mil novos proprietários presumivelmente vão querer uma opinião sobre como a nova equipe é gerenciada e administrada. A companhia SailGP foi fundada há quatro anos pela lenda da America's Cup, Russell Coutts, e pelo presidente da Oracle, Larry Ellison, como uma liga competitiva de vela que representaria diferentes países. Enquanto Ellison se comprometeu a financiar o SailGP por meia década, a ideia era que se tornasse uma liga com fins lucrativos com equipes compradas e vendidas como franquias por proprietários individuais.

Mas você pode estar se perguntando: isso é tecnicamente possível com 2 mil proprietários?

Haveria uma nova equipe preenchendo esse espaço vazio na próxima temporada? Talvez, se o conceito de fã virar tendência. Cortesia SailGP SailGP

“Prestamos muita atenção em como será administrado”, disse David Palmer, CEO da Bernoulli-Locke, à Robb Report. “Obviamente, você não pode ter dois mil proprietários decidindo quem será responsável por pilotando o barco naquela semana. Pensando nisso, a equipe terá um diretor esportivo para supervisionar as decisões da equipe, enquanto os proprietários também serão divididos em “subcomitês”, diz Palmer, que traça um comparativo semelhante aos subcomitês do Congresso que tratam de questões legislativas específicas. “Eles abordariam diferentes aspectos, desde cores de equipe até programas de fidelidade.”

Parece oneroso em comparação com a estrutura atual na maioria dos esportes profissionais, onde as equipes de franquia são supervisionadas por proprietários individuais e os treinadores tomam as grandes decisões, em vez de decidir por comitê. Palmer acredita que a ideia é factível.

“Haverá compromissos que precisam acontecer, mas pensamos muito em como isso vai funcionar dentro de uma organização de alto desempenho.” De acordo com o executivo, o conceito também está usando uma nova abordagem, aplicando uma infraestrutura Web3 a um protocolo DAO (Organização Autônoma Descentralizada) e NEAR que os fundadores acreditam que proporcionará maior transparência a uma base de propriedade global.

Ainda segundo Palmer, cada investidor/proprietário comprará um token fungível por meio de uma troca de cadeia de blocos diferente de, digamos, bitcoin ou outras criptomoedas. “O token representa uma posição patrimonial na empresa por US$ 20.000”, diz Palmer. “Pense nisso como um certificado de ações tokenizado.”

A empresa por trás do conceito de propriedade dos fãs acha que os dados de código aberto do SailGP e a emoção bruta venderão o esporte.

A Bernoulli-Locke oferecerá sua primeira rodada para investidores a partir deste fim de semana, quando acontece o evento SailGP em Dubai, com moradores das Bermudas e do Caribe como os primeiros participantes. A empresa espera 2.000 investidores até janeiro, com sua equipe começando em março, para a corrida inaugural da quarta temporada do SailGP em Chicago. Palmer acredita que a linha do tempo é factível. “Dos milhões de possíveis investidores, encontrar 2.000 não parece um número muito ambicioso”, diz ele.

Os dados de código aberto da liga e o uso do Web3 devem atrair os fãs, diz Tod Reynolds, diretor de Estratégia Web3 para SailGP. “Há muito valor em um clube de torcedores”, diz ele. “Em última análise, trata-se de criar uma base de fãs apaixonada e é aí que entra a Web3. Ela nos ajuda a construir uma comunidade global.” Reynolds diz que a tecnologia de código aberto permite uma visão mais profunda do funcionamento da equipe, além de ajudar a criar programas de fidelidade, NFTs e outros ativos de fãs.

“Nossa pilha de tecnologia nos permitirá evoluir mais do que outros barcos”, acrescenta Reynolds. “Isso afetará a forma como os fãs interagem com o SailGP, não apenas através da vela, mas também com colecionáveis ??autenticados, ingressos NFT e até esportes de fantasia”. Outros esportes profissionais, ele acrescenta, estarão observando como o sistema funciona com a equipe aspirante ao SailGP.

A estimativa é que caso o grupo consega levantar os US$ 40 milhões iniciais, será suficiente para cobrir os custos operacionais dos primeiros três anos.