'Chegamos ao que chamamos de Agentic Era', afirma executiva do Google Cloud sobre avanço da IA no Brasil
Levantamento inédito aponta que marketing, experiência do cliente e cibersegurança concentram os principais usos; early adopters reportam retornos mais rápidos em vendas e atendimento.
Fernanda Jolo, diretora de engenharia de clientes de IA para a América Latina do Google Cloud. (Foto: Divulgação)
A adoção de agentes de inteligência artificial avança rapidamente no Brasil e já mostra impacto nos negócios. Segundo estudo do Google Cloud em parceria com a National Research Group, 62% dos executivos brasileiros afirmam usar agentes de IA em toda a empresa. O levantamento ouviu 701 líderes empresariais no Brasil e no México, todos de organizações com receita anual superior a US$ 10 milhões.
A pesquisa mostra que as empresas estão migrando de sistemas que apenas previam ou criavam conteúdo para modelos capazes de planejar, raciocinar e executar tarefas de forma autônoma. As principais áreas de aplicação são marketing (55%), experiência do cliente (54%) e cibersegurança (52%).
Fernanda Jolo, diretora de engenharia de clientes de IA para a América Latina do Google Cloud, afirmou que as organizações já estão entrando na chamada Agentic Era: “as empresas estão interessadas não apenas em eficiência, mas também em inteligência atrelada aos negócios”.
Investimento direcionado
A implantação de agentes está entre os três principais objetivos de negócios em IA generativa para os próximos três anos, ao lado da eficiência operacional e da experiência do cliente. Mais da metade dos executivos no Brasil e no México indicam que pelo menos 50% do orçamento futuro de IA será destinado a agentes.
Empresas pioneiras, chamadas de Agentic AI Early Adopters, apresentam probabilidade maior de obter retorno sobre investimento. No Brasil e no México, 93% dessas organizações já relatam ROI em pelo menos um caso de uso, sobretudo em marketing (61%), atendimento ao cliente (50%) e vendas (48%).
Comparativo global
Globalmente, 52% das empresas já usam agentes de IA. Os early adopters, que representam 13% das organizações, têm desempenho superior: 88% relatam ROI em algum caso de uso, contra média global de 74%.
O estudo também mostra diferenças regionais. Na Europa, os agentes são aplicados principalmente em suporte técnico; na Ásia-Pacífico, em atendimento ao cliente; e na América Latina, em marketing.
IA atrelada à estratégia
O uso da IA generativa está cada vez mais vinculado à estratégia empresarial. No Brasil, 80% das companhias dizem que a tecnologia está alinhada a seus objetivos de negócio, com destaque para produtividade individual (74%), vendas e marketing (73%) e atendimento ao cliente (72%). Mais da metade das empresas reportou aumento anual de receita entre 6% e 10% ligado ao uso da tecnologia.
Para financiar os projetos, 43% das empresas brasileiras estão realocando recursos de outras áreas, enquanto 60% afirmam ter novos orçamentos dedicados para IA. Nenhuma das empresas entrevistadas declarou ausência de planos de financiamento para a tecnologia.