63% da Geração Z considera que IA traz impacto positivo para a vida
Em termos de confiança na inteligência artificial, América Latina detém o segundo índice mais alto entre as regiões monitoradas por estudo da EY.
Em termos de confiança na inteligência artificial, América Latina detém o segundo índice mais alto entre as regiões monitoradas. (Foto: Freepik)
A Geração Z está otimista com a adoção da inteligência artificial na sua vida pessoal e no seu trabalho, de acordo com o estudo “How can we upskill Gen Z as fast as we train AI?”, elaborado pela EY em parceria com a Microsoft. Mais de seis a cada dez (63%) consideram que a IA traz impacto positivo. A confiança da América Latina nessa tecnologia (33% dos entrevistados) só é menor do que a da região correspondente ao Oriente Médio, África e Índia, com 42%. Embora tenha apresentado o segundo maior índice de confiança na IA, a porcentagem que prevaleceu na América Latina foi “proceder com cautela no uso dessa tecnologia”, com 43% das respostas.
A amostra global do estudo é formada por 5.218 entrevistados – 10% deles provenientes do Brasil. Sobre a situação econômica, 59% disseram que têm a mesma de outras pessoas de sua idade residentes no país. Em relação à idade, a amostra vai dos 17 aos 27 anos. A Geração Z – nascida entre 1997 e 2007 – está agora em grande número entrando na universidade e na força de trabalho. A projeção é que, até 2030, chegue a 30% da força de trabalho, trazendo transformações na dinâmica corporativa.
Entre os motivos para essa confiança na IA observada globalmente está a avaliação de que essa tecnologia ajuda a aprender mais rápido e melhorar o desempenho no trabalho e na faculdade. Quando apresentados à afirmação de que as pessoas que melhor usam as ferramentas de IA são mais bem-sucedidas do que as outras, 45% concordaram ou concordaram fortemente, o que representou a maioria, ficando acima, portanto, da discordância. Já em relação à afirmação de que "estou otimista sobre o impacto que a IA terá na minha carreira", 43% concordaram ou concordaram fortemente, também a maioria.
O estudo apresentou ainda a afirmação de que “as ferramentas de IA melhoraram meu desempenho na educação”, com 55% concordando ou concordando fortemente com ela, representando novamente a maioria. Para “as ferramentas de IA melhoraram meu desempenho no trabalho”, 54% deram essa mesma avaliação. Já 56% concordaram ou concordaram fortemente com “as ferramentas de IA me ajudaram a aprender mais rápido”.
“Os profissionais da Geração Z são positivos em relação ao uso da IA para elevar sua produtividade, como a quantidade de entregas. É preciso, no entanto, verificar se essas entregas têm realmente qualidade porque ganho de produtividade sem essa avaliação não vai trazer os resultados esperados ou demandados pelas empresas”, diz Daniela Brites, sócia de consultoria em gestão de pessoas da EY Brasil.
Uso da IA generativa para treinamento
As empresas estão atentas às necessidades da Geração Z em um contexto de entrada cada vez maior desses jovens na força de trabalho. A confiança demonstrada por esses profissionais na IA generativa, conforme constatou a pesquisa citada anteriormente, é positiva para que essa tecnologia faça naturalmente parte do dia a dia dessa geração. A utilização da IA generativa para treinamento dos colaboradores, de acordo com o estudo Reimagining Industry Futures, produzido pela EY, lidera com 36% do uso ou futuro uso, refletindo seu potencial para acelerar a aprendizagem, com os setores automobilístico (44%), de energia (40%) e de manufatura (39%) como os mais receptivos a essa aplicação.
As atividades de vendas, atendimento e suporte ao cliente vêm na sequência com 35% das respostas, refletindo o potencial da IA generativa para melhorar as interações com os clientes, por meio das inúmeras capacidades do chatbot. Na terceira posição está o desenvolvimento de software, incluindo a etapa de testes, com 34%, sendo a principal resposta fornecida pelas empresas de tecnologia (45%). Em quarto lugar, com 33% das respostas, aparece a cibersegurança por meio da gestão de fraudes.
A região das Américas, incluindo o Brasil, apareceu com o maior nível de investimento já sendo realizado em IA generativa, seguida da Ásia-Pacífico e, por fim, da Europa.