Mamelodi supera público baixo e garante a vitória sobre o Ulsan no Mundial de Clubes

Com recorde negativo de público na atual edição do Mundial de Clubes, o Mamelodi Sundowns fez história nesta terça-feira ao conquistar sua primeira vitória em participações no torneio. Em Orlando, no Inter&Co Stadium, o time sul-africano superou o Ulsan HD por 1 a 0 na estreia do Grupo F e assumiu a liderança da chave, que teve mais cedo o empate sem gols entre Fluminense e Borussia Dortmund.

O resultado teve peso simbólico. Em sua única participação anterior, no antigo formato do Mundial, o agora Intercontinental, em 2016, o Sundowns havia sido derrotado nos dois compromissos que disputou. Já o Ulsan, que representou a Ásia em duas edições (2012 e 2020), ainda não sabe o que é vencer: acumula agora cinco revezes em cinco jogos em torneios da Fifa.

O Mamelodi terá como próximo adversário o Borussia Dortmund, no sábado, às 13h (de Brasília), no TQL Stadium, em Cincinnati. Mais tarde, às 19h, será a vez de o Fluminense encarar o Ulsan HD, no MetLife Stadium, em Nova Jersey, fechando a segunda rodada do Grupo F.

O duelo entre Mamelodi Sundowns e Ulsan HD carregava elementos curiosos. A camisa do time sul-africano, amarela com gola verde, remetia imediatamente à da seleção brasileira - e o Brasil também esteve presente em campo, com Arthur Sales, ex-Vasco, liderando o ataque do Mamelodi, ao lado do maranhense Lucas Ribeiro pelo meio, e Erick Farias, ex-Grêmio, sendo o nome mais aguardado no setor ofensivo dos sul-coreanos.

Antes de começar, no entanto, o jogo sofreu com um obstáculo inesperado. Fortes ventos em Orlando, com rajadas de até 75 km/h, provocaram um atraso de mais de uma hora. O alerta meteorológico de tempestade acionado no estádio fez com que as equipes deixassem o gramado após o aquecimento e torcedores fossem orientados a buscar abrigo. A partida, inicialmente marcada para as 19h (de Brasília), só teve início às 20h05.

Quando finalmente a bola rolou, o primeiro tempo teve domínio claro do Mamelodi. Com posse de bola consistente, boa organização ofensiva e agressividade pelos lados do campo, o time sul-africano empurrou o Ulsan para o campo de defesa e criou as principais ações da etapa.

Foram três gols marcados, todos pelo atacante Rayners - mas só um deles validado. No primeiro, o toque de mão foi detectado. No segundo, um belo chute no canto sacramentou a vantagem parcial. No terceiro, o impedimento no início da jogada anulou novamente a comemoração.

Do lado do Ulsan, as ações foram pontuais e bem menos elaboradas. Erick Farias quase surpreendeu no começo com um chute cruzado perigoso, e o time sul-coreano ainda assustou nos minutos finais em jogada que só não terminou em empate graças a um corte salvador na pequena área. Mas, no geral, foi pouco. O Ulsan se mostrou passivo e pouco criativo com a bola, enquanto o Mamelodi controlou o ritmo e mostrou mais intensidade, indo para o intervalo em vantagem.

O Mamelodi voltou para o segundo tempo com a mesma proposta de jogo: troca intensa de passes, ocupação racional dos espaços e controle das ações com a posse de bola. Sem se acomodar com a vantagem mínima, a equipe sul-africana seguiu pressionando, dificultando a saída do Ulsan e impondo ritmo desde o meio-campo. A organização tática impressionava - jogadores se movimentavam com liberdade, sem posições fixas, o que criava desequilíbrios e confundia a marcação adversária.

A grande chance da etapa final veio pelos pés de um brasileiro. Lucas Ribeiro, aberto na direita, dominou com liberdade, puxou para a perna esquerda e finalizou com precisão em direção ao ângulo, mas a bola desviou na defesa sul-coreana e saiu com perigo. Mesmo sem ampliar o placar, o Mamelodi não perdeu o controle do jogo em momento algum e seguiu ocupando o campo ofensivo com naturalidade, valorizando cada posse e evitando qualquer tipo de pressão do Ulsan.

Nos minutos finais, o Ulsan tentou avançar suas linhas em busca do empate, mas teve apenas uma grande chance. Erick Farias viu o gol vazio, mas acabou sendo travado na hora da finalização e perdeu a oportunidade de evitar a derrota.