Brasil mantém patamar de investimentos em Venture Capital no quarto trimestre
Dados são da edição do estudo Venture Pulse relativo ao quarto trimestre de 2023, da KPMG.
Dados são da edição do estudo Venture Pulse relativo ao quarto trimestre de 2023, da KPMG. (Foto: UNSPLASH)
O volume de investimentos em startups no Brasil no quarto trimestre de 2023 foi relativamente estável em relação ao terceiro trimestre do mesmo ano, com cerca de US$456 milhões. Houve uma transação relevante no segmento de fintechs de US$ 197 milhões que contribuiu para o resultado. O número de transações apresentou uma queda de 25%, com 63 transações. Os Estados Unidos continuaram a representar o país com o maior volume de capital investido; o Canadá permaneceu nos mesmos índices, enquanto o México viu uma queda muito mais acentuada no volume de investimentos. O investimento global em venture capital caiu de US$ 531,4 bilhões com 51.894 transações em 2022 para US$ 344,0 bilhões com 37.808 transações em 2023, o nível mais baixo desde 2019. Esses são os dados da mais recente edição do estudo Venture Pulse relativo ao quarto trimestre de 2023, da KPMG, com dados gerais de 2023.
“Embora os investimentos em venture capital no Brasil tenham sido fracos em 2023, o potencial de longo prazo permanece forte, graças ao volume de recursos captados nos últimos dois anos por fundos que investem no país e à maturidade das startups e scaleups estabelecidas, que requerem capital adicional para acelerar a execução dos planos de crescimento. Para 2024, é provável que vejamos mais empresas buscando aproveitar o open finance, a plataforma de pagamentos instantâneos PIX e a inteligência artificial para implementar serviços especializados e sob medida aos clientes, de maneiras que reduzam os custos e os tornem mais acessíveis.”, analisa Daniel Malandrin, sócio-líder de Venture Capital & Innovation da KPMG no Brasil.
A região das Américas respondeu por US$ 40,1 bilhões em investimentos em venture capital no quarto trimestre de 2023. Os investimentos em venture capital realizados nas Américas estão com volume similar aos de 2022.
Os impulsionadores do investimento corporativo no Brasil permaneceram inalterados, com muitas empresas olhando para o investimento em venture capital como uma oportunidade de investir em tecnologias que possam melhorar seu negócio principal ou fornecer oportunidades adjacentes ou disruptivas para suas organizações no futuro. Isso provavelmente manterá o investimento em venture capital mais resiliente em meio aos fatores econômicos atuais em comparação com outras formas de investimento de capital de risco.
Embora o investimento em venture capital no Brasil possa estar retraído no momento, o país continua a estar bem posicionado para o crescimento a longo prazo, dada as novas plataformas de pagamento e o foco contínuo do governo em incentivar o sistema bancário aberto e open finance.“Isso poderá, com o tempo, levar a mais oportunidades para fintechs e outras empresas capazes de atender à ampla gama de necessidades resultantes dessa diversificação no Brasil”, diz Rodrigo Guedes, sócio-líder de Equity Capital Markets Advisory da KPMG no Brasil.