Primeiro-ministro francês convoca voto de confiança de risco antes do debate orçamentário
O primeiro-ministro da França, François Bayrou, causou comoção na política nesta segunda-feira, 25, ao anunciar que convocaria os parlamentares para uma reunião extraordinária em 8 de setembro, duas semanas antes do retorno ao trabalho. Na Assembleia Nacional, será realizada uma votação de confiança, que ameaça o governo, em meio às tratativas para aprovar o orçamento de 2026, que prevê cortes de quase 44 bilhões de euros. Em caso de derrota, um cenário cogitado é a convocação de eleições parlamentares antecipadas pelo presidente Emmanuel Macron.
"Quando a casa está pegando fogo ou quando você está prestes a afundar, é preciso reconhecer a situação", disse Bayrou. "Não deixarei nosso país afundar nesse risco, porque é a nossa liberdade que está em jogo", afirmou o primeiro-ministro, em uma coletiva de imprensa na qual fez o anúncio. "Há momentos na vida em que somente a tomada de riscos conscientes pode salvá-lo do pior", apontou. Por sua vez, partidos de oposição já sinalizaram que votarão contra o governo.
"Obviamente, votaremos contra a confiança no governo de François Bayrou. Somente a dissolução permitirá agora ao povo francês escolher seu destino, o da recuperação com a Renovação Nacional", escreveu em seu perfil na rede social X a líder do partido, Marine Le Pen.
"Bayrou concorda em se submeter à democracia parlamentar, ao contrário de Macron, que continua seu jogo de poder recusando-se a reconhecer os resultados das últimas eleições. Ele não tem maioria. A atual mobilização popular terá vencido. E os rebeldes se orgulharão de ter dado uma contribuição útil", escreveu na mesma rede Jean-Luc Mélenchon, líder do partido França Insubmissa.
É improvável que o Partido Socialista vote pela confiança em 8 de setembro. "Hoje, não vejo como poderíamos votar pela confiança", anunciou Arthur Delaporte, porta-voz do partido em entrevista ao canal LCI.