AIEA relata que não houve danos adicionais em unidades nucleares do Irã, após ataques de Israel

O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, afirmou que não ocorreram danos adicionais na unidade de enriquecimento de urânio de Natanz, no Irã, desde os ataques feitos por Israel na sexta-feira, 13. "O nível de radioatividade externo continua inalterado e em níveis normais, sem impactos para a população ou ambiente", pontuou em discurso realizado nesta segunda-feira, 16.

As ofensivas israelenses destruíram a parte aérea da Usina Piloto de Enriquecimento de Combustível, uma das unidades onde o Irã produzia urânio enriquecido até 60% U-235. A infraestrutura elétrica da instalação, que incluía uma subestação elétrica, um prédio principal de fornecimento de energia elétrica e geradores de emergência e de reserva, também foi destruída.

Grossi afirmou que não há sinais de destruição das partes principais da usina de enriquecimento de Natanz, mas que a perda de energia pode ter danificado as centrífugas utilizadas no local. No lado interno, também há contaminação química e radiológica. Contudo, o chefe da AIEA afirma que os riscos podem ser "efetivamente gerenciados" com medidas de proteção apropriadas.

Nenhum dano foi identificado nas unidades nucleares de Fordo e no reator de água Khondab, que está sob construção, segundo Grossi. Já a unidade nuclear de Bushehr não foi atacada diretamente ou afetada pelas ofensivas recentes de Israel, assim como o Reator de Pesquisas de Teerã.

Na unidade nuclear de Isfahan, quatro prédios foram danificados no ataque de sexta-feira: o laboratório químico central, a unidade de conversão de urânio, o reator de combustível industrial de Teerã e uma fábrica de processamento de metais, que estava sob construção.

Grossi reconheceu que há cooperação e troca de informações entre autoridades iranianas e a AIEA. "A agência está e continuará presente no Irã. Inspeções de segurança continuarão assim que condições de segurança permitirem, como exigido sob obrigações iranianas", afirmou o diretor, que reiterou disposição para "viajar imediatamente" e lidar com as partes necessárias para garantir a proteção das unidades nucleares e seu uso pacífico.