PwC traça roteiro para o Brasil liderar a transição energética
Diante do mundo, Brasil possui potencial para se destacar na revolução de produção de energia, mas mudança impõe desafios regulatórios, econômicos e de governança.
No Brasil, embora a matriz elétrica seja substancialmente limpa, 39% do consumo final de energia em 2023 foi proveniente do petróleo e seus derivados. (Foto: Freepik)
Dentro da agenda de transição energética, o Brasil ocupa lugar de destaque, principalmente em relação à energia renovável, já que quase 90% da matriz elétrica do país vem desse tipo de fonte - enquanto a média mundial é de 28%. Posto esse cenário, a PwC Brasil elencou quatro caminhos para guiar uma transição energética estruturada.
Antes de explorar esses direcionamentos, é preciso considerar a previsão de aumento de demanda. Segundo a PwC, a demanda global por energia deve aumentar em até 1% ao ano e, até 2050, é previsto um crescimento de até 20% em relação a 2021. Cerca de 80% da demanda de energia primária é atendida por moléculas provenientes de hidrocarbonetos, como petróleo, gás e carvão. Os 20% restantes são fornecidos por elétrons, ou seja, o próprio setor elétrico. Nesse tabuleiro de números, é importante considerar ainda que o consumo de energia representa quase 73% das emissões totais de gases de efeito estufa.
No Brasil, embora a matriz elétrica seja substancialmente limpa, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 39% do consumo final de energia em 2023 foi proveniente do petróleo e seus derivados e 7% da lenha consumida. Analisando a produção primária de energia, 60% da energia produzida em 2023 veio de fontes não renováveis. Os principais setores com alta emissão de carbono continuam sendo o de transportes, cimento, ferro-gusa e aço, ferroligas, químico e cerâmica.
Ao contemplar esses números e o cenário de oportunidades para a transição energética dentro e fora do Brasil, percebe-se que há uma possibilidade maior de exploração dos recursos renováveis e menos poluentes. Para que a transição aconteça de forma responsável, já há inclusive cálculos. Atingir as metas mundiais de transição varia de US$ 4 trilhões a US$ 6 trilhões por ano, conforme a Agência Internacional de Energia e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).