Vivian Sesto discute estratégias essenciais para solidez financeira em evento do LIDE Paraná
Almoço-debate recebeu a Head de Ações Comerciais da XP Empresas que destacou as boas práticas de grandes empresas para enfrentar com eficiência e segurança a gestão de caixa.
Vivian Sesto, Head da XP Empresas, enfatizou que quanto maior a eficiência dos processos internos de gestão, menor será a vulnerabilidade da organização aos fatores externos. (Foto: Divulgação/LIDE Paraná)
A gestão de caixa, de forma eficiente e inteligente, é um tema central para a sustentabilidade e o crescimento de qualquer empresa que opera em um mercado tão incerto e volátil. Pensando em descomplicar esse desafio, o LIDE Paraná trouxe Vivian Sesto, Head da XP Empresas, para apresentar estratégias acionáveis que garantem uma gestão de caixa moderna, eficiente e em sintonia com as práticas mais avançadas do setor.
Com uma carreira sólida no mercado financeiro e à frente de uma operação que administra uma carteira de R$ 80 bilhões em custódia, Vivian compartilhou sua visão especializada com o público, enfatizando um princípio fundamental: quanto maior a eficiência dos processos internos de gestão, menor será a vulnerabilidade da organização aos fatores externos incontroláveis e imprevisíveis.
Gestão de riscos
Independentemente do tamanho e do setor, toda empresa enfrenta uma série de riscos e precisa estar preparada para a iminência de um deles. Isso se dá por meio da gestão da probabilidade ou possibilidade de estar em risco. Sesto destacou os quatro principais: risco operacional, que envolve toda a cadeia produtiva, desde a compra de matéria-prima até a entrega final; risco de crédito, ligado à inadimplência e à concentração de recebíveis, um ponto crítico evidenciado pela pandemia; risco de mercado, que afeta empresas com operações em moeda estrangeira ou que dependem de insumos com preços voláteis, como as impactadas por conflitos geopolíticos; e o risco de liquidez.
Este último, para a especialista, é o mais importante. "Segundo dados do IBGE, mais de 40% das pequenas e médias empresas encerram suas atividades antes de chegar aos cinco anos de atuação. Ou seja, a taxa de mortalidade é muito alta, e o risco de liquidez está ligado diretamente a isso. A falta de controle do fluxo de caixa e do capital de giro, que geralmente não é feito adequadamente, tem impacto direto nesse cenário", explica Vivian.
Boas práticas
Para uma gestão mais eficiente, Vivian Sesto apresentou exemplos de boas práticas adotadas por empresas bem-sucedidas. Essas estratégias têm como objetivo preservar o equilíbrio da saúde financeira e garantir resiliência diante de perdas inesperadas e flutuações do mercado.
“Não existe empresa de grande porte hoje que não tenha uma política de reserva de caixa mínima. Trata-se de uma proteção natural do negócio diante da imprevisibilidade. Mais do que uma questão de sobrevivência, empresas que mantêm uma reserva adequada têm mais liberdade para agir estrategicamente em momentos de crise”, explicou.
Segundo a especialista, o primeiro passo para construir essa segurança é conhecer o custo fixo médio da empresa. A partir disso, é possível definir uma reserva de caixa equivalente a 3 a 6 meses desse custo, ajustando conforme o grau de sazonalidade do setor. “Setores mais voláteis devem trabalhar com reservas maiores. Já setores mais estáveis podem se estruturar com uma reserva menor, mas sempre com margem de segurança”, completou.
Vivian também reforçou a importância de estabelecer uma política de investimentos clara, prática comum nas grandes corporações. Essa política ajuda a alinhar a gestão financeira à estratégia da empresa, evitando decisões impulsivas ou desalinhadas entre sócios e diretoria. “A previsibilidade de uso do caixa é o que permite decisões mais seguras e eficientes”, afirmou.
Outro conceito essencial apresentado foi o escalonamento da liquidez, ou seja, a organização do caixa em três faixas: curto, médio e longo prazos. Essa estratégia permite otimizar o rendimento sem comprometer a segurança ou a disponibilidade de recursos.
Este evento integra a agenda do LIDE Paraná, que busca trazer temas e especialistas capazes de impulsionar o desenvolvimento e a competitividade de seus associados. "A proposta de trazer Vivian Sesto para este evento é justamente para abordar as oportunidades e desafios, bem como as diferentes linhas de atuação que respeitam a vocação multisetorial do LIDE", explicou Heloísa Garrett, presidente do LIDE Paraná.