Tatiana Gruenbaum, da KPMG: integrar ESG à estratégia de negócio é desafio para o setor de infraestrutura
Para os líderes, dois pontos foram citados como impactos fundamentais da transição energética no setor de infraestrutura.
Tatiana Gruenbaum, Sócia-diretora líder do segmento de infraestrutura da KPMG no Brasil. (Foto: Divulgação/KPMG)
Integrar as iniciativas ambientais, sociais, e de governança (da sigla ESG, em inglês) à estratégia de negócio é o principal desafio enfrentado pelas empresas de infraestrutura atualmente, de acordo com mais da metade dos executivos (55%) que participaram da pesquisa da KPMG. Em segundo lugar, 40% deles indicaram as mudanças regulatórias e as novas exigências em relação à sustentabilidade como um fator a ser superado, assim como mensurar o impacto das iniciativas ESG com 30%.
Para os líderes, dois pontos foram citados como impactos fundamentais da transição energética no setor de infraestrutura, a seguir: aumento da demanda por investimentos em fontes renováveis de energia e oportunidades de negócios em áreas como armazenamento de energia, redes inteligentes e mobilidade elétrica, com 36%. Eles indicaram ainda as mudanças regulatórias e incentivos governamentais para estimular o investimento em fontes renováveis de energia e a redução das emissões de gases de efeito estufa com 32% e investimentos em infraestrutura de transmissão e distribuição de energia com 25%.
“A indústria de infraestrutura é uma das que mais afeta diretamente o dia a dia da população e, por isso, uma das mais impactadas pelos aspectos ESG. A pesquisa mostrou que os líderes vêm realizando esforços para aliar esses aspectos ao modelo operacional das empresas. Apesar de ser uma premissa inegociável para o setor, há questões como regulação e mensuração do impacto que precisam ser superadas nessa jornada de transição energética”, afirma a sócia-diretora líder do segmento de infraestrutura da KPMG no Brasil, Tatiana Gruenbaum.
Os participantes do evento foram questionados ainda sobre a importância da agenda ESG para o setor de infraestrutura no Brasil. A maioria deles (53%) disse que a redução dos impactos ambientais e sociais dos projetos é o ponto principal, seguida pelo melhor gerenciamento de riscos, reduzindo potenciais impactos financeiros e reputacionais com 44% e inovação e adoção de tecnologias mais limpas e eficientes com 33%.
Já quando perguntados sobre as principais oportunidades de negócios geradas pela agenda ESG no setor, a redução dos riscos financeiros, regulatórios e de reputação associados a problemas ambientais e sociais foi escolhida por 56% dos participantes. Eles indicaram ainda como benefícios para o setor a atração de investimentos de longo prazo, escolhida por 24% deles, e adaptação às mudanças regulatórias e às novas exigências do mercado, por 18%.
Sobre a pesquisa:
A pesquisa “Infraestrutura: perspectivas e oportunidades de investimentos 2024” foi aplicada a 60 executivos durante evento realizado dia 20 de junho deste ano, na sede da KPMG no Brasil, em São Paulo. A votação aconteceu de forma interativa e os participantes puderam escolher mais de uma opção de resposta.
O levantamento proporcionou dados sobre o cenário atual, perspectivas, oportunidades de investimentos, a importância da agenda ESG e os impactos das mudanças climáticas na infraestrutura. Os líderes eram dos seguintes setores: agronegócio, associações, construção, energia e recursos naturais, governo, infraestrutura, inovação, investimentos, logística, imobiliário, saneamento, saúde, serviços profissionais, serviços financeiros, tecnologia e transporte.