Cinco dicas para empresas implementarem o ‘S’ do ESG
Expectativa é que o setor receba quase US$ 34 trilhões nos próximos anos; especialista destaca ações para garantir responsabilidade social corporativa.
Expectativa é que o setor receba quase US$ 34 trilhões nos próximos anos; especialista destaca ações para garantir responsabilidade social corporativa. (Foto: Freepik)
O movimento em direção à sustentabilidade empresarial ganhou força nos últimos anos. Segundo dados da PwC, 86 das 100 empresas com maiores receitas estão apostando em ESG. A expectativa é que o investimento das organizações neste setor cresça 12,9% ao ano, somando US$ 33,9 trilhões em todo o mundo até 2026.
Pesquisas mostram que a integração bem-sucedida do ESG está diretamente ligada à melhoria da reputação da marca e do desempenho financeiro. Um estudo conduzido pela Kantar descobriu que 63% dos consumidores brasileiros procuram empresas com histórico ativo de ações pró ESG.
Já o ESG Radar 2023, relatório da empresa de tecnologia Infosys, aponta que a cada 10% de aumento nos aportes em ESG, as corporações podem perceber um crescimento de 1% nos lucros. Aspectos sociais e de governança são os que trazem mais retorno, apurou a pesquisa.
Para Vanessa Pires, especialista em ESG e fundadora da Brada - startup que auxilia empresas a investirem em projetos de impacto positivo - ao fazê-lo, organizações colhem benefícios como vantagem competitiva, lealdade do cliente e resiliência a longo prazo.
“À medida que a conscientização sobre questões sociais aumenta, empresas enfrentam uma pressão crescente para integrar o ‘S’ do ESG nas operações. Ao adotar uma abordagem centrada no impacto social, elas não apenas atendem às expectativas dos stakeholders, mas também promovem um mundo mais sustentável”.
Apesar das vantagens, um levantamento realizado pelo Grupo Croma, chamado Bússola de Marketing, apurou que apenas 5% do investimento em marketing para 2024 das indústrias será destinado para questões ESG. Para empresas do setor de serviços e varejo, o investimento previsto será ainda menor, de apenas 2%.
“É um investimento baixo, considerando o impacto positivo que as ações de marketing podem gerar. É preciso encarar ESG em marketing como um caminho importante para promover melhores condições sociais, por meio de ações úteis, culturalmente relevantes, que compartilhem um interesse comum e que defendam o core business”, afirma o CEO Edmar Bulla.
A especialista Vanessa Pires, da Brada, dá dicas para implementar o “S” do ESG nas empresas:
Defina objetivos: estabeleça metas específicas e mensuráveis relacionadas a questões sociais, como diversidade e inclusão, responsabilidade comunitária, entre outros.
Engaje stakeholders: converse com funcionários, clientes e comunidades locais para entender preocupações e expectativas em relação às práticas sociais da empresa.
Desenvolva programas de responsabilidade social corporativa (RSC): identifique áreas em que a empresa possa fazer a diferença positiva na comunidade, como programas de voluntariado, doações para organizações sem fins lucrativos ou iniciativas de capacitação.
Integre o S nas estratégias de negócio: inclua considerações sociais em todas as decisões e processos de negócio, desde a cadeia de suprimentos até o desenvolvimento de produtos.
Capacite funcionários: ofereça treinamentos e recursos para capacitar funcionários a entenderem e apoiarem os objetivos sociais da empresa.
“Ao seguir essas diretrizes, empresas podem cumprir responsabilidades sociais, além de criar valor sustentável a longo prazo para todas as partes interessadas”, destaca Vanessa.