México ultrapassa Estados Unidos como segundo maior comprador de carne bovina brasileira
Em meio à diminuição da exportação de carne bovina para os Estados Unidos, o México tem se destacado como novo destino para o produto brasileiro. O volume de compras mexicanas aumentou 420% de janeiro a junho deste ano, de 3,1 mil para 16,1 mil toneladas.
Em números gerais, as exportações de carne bovina brasileira têm aumentado, e chegaram a 241 mil toneladas em junho, de acordo com os dados consolidados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O valor de vendas chegou a US$ 1,3 bilhão.
De acordo com dados preliminares de julho, a exportação de carne brasileira aumentou 56,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Foi um dos produtos de maior crescimento, e um dos responsáveis pelo aumento geral de 3% nas exportações do País.
Dentre os principais produtos de exportação para os Estados Unidos, a carne bovina foi uma das poucas que não entrou na lista de isenções à tarifa extra de 50%, imposta pelo presidente Donald Trump na quinta-feira, 30.
Produtores afirmam que o tarifaço inviabiliza a venda de carne aos EUA. Desde o anúncio da tarifa extra, 30 mil toneladas do produto que seriam enviadas ao país norte-americano ficaram retidas, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
México e China aumentam compra de carne brasileira
A venda de carne brasileira para o México aumentou expressivamente no primeiro semestre de 2025, passando de US$ 15,5 milhões em janeiro para US$ 89,3 milhões em junho.
A China, responsável por quase metade das exportações brasileiras, também aumentou o volume de compras. Ao todo, foram 134,4 mil toneladas em junho, ou US$ 739,9 milhões. O crescimento em relação a janeiro foi de 64%.
Ao mesmo tempo, produtores viram as vendas para os Estados Unidos diminuírem expressivamente desde abril, quando Trump anunciou a imposição de tarifas de importação de 10% para todos os países.
Naquele mês, a venda de carne brasileira para o país tinha atingido o volume mais alto do ano. Foram 44,1 mil toneladas, totalizando US$ 229 milhões em exportações. Em junho, as vendas chegaram ao valor mais baixo de 2025. Foram 13,4 mil toneladas, representando US$ 75,3 milhões. A redução nesse período foi de 67%.