BBVA anuncia início formal de operações no Brasil após aval do BC para capital de R$ 1 bi

Após meses de preparação, testes e receber aval do Banco Central para aumentar o capital para R$ 1 bilhão, o banco espanhol BBVA anunciou nesta segunda-feira, 30, o início formal de suas operações no Brasil, desta vez com foco no atacado. Com escritório na Faria Lima em São Paulo, começa a operar com câmbio, derivativos e financiamento ao comércio exterior e promete novos produtos nos próximos meses.

"O BBVA acaba de lançar oficialmente suas operações locais no Brasil, consolidando sua aposta em um dos mais importantes mercados financeiros da América Latina", afirma comunicado do grupo espanhol, destacando que recebeu as autorizações do BC e também testou antes os produtos com um pequeno grupo de clientes, que agora serão oferecidos comercialmente.

O BC autorizou este ano dois aumentos de capital do banco espanhol no Brasil, que tem licença para operar como banco de investimento. Em fevereiro, de R$ 56 milhões para R$ 602 milhões. Este mês, desse último valor para R$ 1,08 bilhão. Assim, só em 2025, o BBVA fez aporte de R$ 1 bilhão no País.

A executiva Agustina Ramírez, responsável pela operação do BBVA no Brasil, ressalta no comunicado que o objetivo do banco espanhol é se tornar a "casa preferida da América Latina para nossos clientes". Entre as operações recentes em que o nome do banco apareceu está no sindicato que fez a captação de US$ 750 milhões da Raízen, na semana passada.

Ainda este ano, o BBVA planeja lançar novos produtos no Brasil, possivelmente no último trimestre. Entre eles, estão derivativos de câmbio (CCS ou swaps cambiais). Para 2026, planeja oferecer os primeiros produtos de gestão de caixa (Cash Management).

Desde o começo do ano passado o BBVA vem fazendo contratações e estruturando o escritório em São Paulo. O BBVA deixou o Brasil em 2003, quando vendeu suas operações para o Bradesco, mas manteve na época a licença de banco de investimento no BC. Em 2022, voltou ao varejo brasileiro, ainda que indiretamente, ao fazer um aporte de R$ 1,6 bilhão na fintech Neon, fundada em 2016 por Pedro Conrade e que tem uma conta digital com cartão da bandeira Visa.