‘Economia criativa ganhou o mercado: as empresas começaram a perceber o quanto é importante o conteúdo da arte, da música e da cultura’, afirma Luiz Calainho
Talk-show “Noites Cariocas” foi conduzido por Calainho, com a participação de Alexandre Accioly, Ricardo Amaral e Roberto Menescal. Chairman do LIDE, Luiz Fernando Furlan, foi o anfitrião da noite.
Alexandre Accioly, Ricardo Amaral, Roberto Menescal e Luiz Calainho. (Foto: Gustavo Rampini/LIDE)
A 21ª edição do Fórum Empresarial LIDE – mais importante evento empresarial do país – abriu suas portas nesta quinta-feira, às 19h, com o talk-show “Noites Cariocas”, reunindo grandes nomes do showbusiness e do cenário musical brasileiro.
O precursor Ricardo Amaral, que por 30 anos figura na lista dos mais bem sucedidos empresários da noite no Brasil, fundador de casas noturnas inesquecíveis como a “Hippopotamus”; o cantor, compositor e produtor musical Roberto Menescal, um dos fundadores da Bossa Nova; o empresário Alexandre Accioly, que atua na indústria do entretenimento e de fitness, investindo em diversas iniciativas relacionadas ao showbusiness, com moderação de Luiz Calainho, empresário do setor de economia criativa, fundador da L21Corp, holding que atua nas áreas de mídia, cultura e entretenimento.
No bate-papo comandado por Calainho, os convidados falaram de seu amor e sua relação com o Rio de Janeiro e de como a cidade foi importante e inspiradora para suas realizações.
“Até meus 17 anos, meu mundo era a Copacabana. Conheci Nara Leão e toda a nossa turminha de músicos que criou o movimento que mais tarde seria chamado Bossa Nova. Nossas músicas traduziam o Rio que a gente adorava e ainda adora. A gente sentava no sofá da sala da casa da Nara e só via o mar. A praia era a coisa mais democrática, a gente fazia serestas à noite. As músicas nasceram dali, era o que a gente via. Tudo em função daquele lugar que era a nossa praia e ainda é até hoje”, conta Roberto Menescal.
Ricardo Amaral, que por 30 anos figura na lista dos mais bem sucedidos empresários da noite no Brasil. (Foto: Gustavo Rampini/LIDE)
“Sou paulistano e vim pro Rio com 20 e poucos anos. Na verdade, eu fui expulso de São Paulo. Eu era um jovem jornalista que tinha um patrão chamado Samuel Wainer que adorava o que eu fazia. Essa história é pública: o governador Ademar de Barros tinha uma amante no Rio de Janeiro. Isso era entre anos 1950 e 1960. Eu era responsável por cobrir os bastidores da política, e pegava no pé do governador que era uma loucura. Minha coluna foi ganhando espaço jornal, na página 3, e eu era só um garoto. Naquela época, Wainer tinha dívidas com o Banco do Estado de São Paulo. Ademar falou: resolvo suas dívidas, faço o que você quiser, mas tira da minha frente esse Ricardinho Amaral! E aí eu fui transferido pra Roma, sem nem saber o porquê. Um tempo depois, eu pedi pra voltar e fiquei morando na casa do Wainer no Rio de Janeiro. Depois, voltei para São Paulo para fazer muitas coisas, como o Flag, piano bar sensacional, e a boate Hippopotamus”, relembra Ricardo Amaral.
O empreendedor e empresário Alexandre Accioly fez coro: “Tudo que eu aprendi na minha vida foi na troca com a cidade, com os cariocas. Acho que o Rio tem um potencial de ecoar as coisas feitas aqui para o Brasil todo. Não sei se pela Globo estar aqui, ou se pela simpatia do carioca. Eu acho muito mais fácil começar uma empresa em um lugar que dá eco no Brasil inteiro. Tudo que a gente faz no Rio tem potencial de crescer para o Brasil”.
“Nesses últimos dois anos, vimos como a arte, a cultura e o entretenimento nos ajudaram a atravessar o momento difícil da pandemia. A economia criativa ganhou mercado. As empresas começaram a perceber o quanto é importante o conteúdo da arte, da música e da cultura. Além de ganhar mais público, estamos ganhando novas empresas patrocinadoras e isso alimenta a roda da economia criativa”, afirmou Luiz Calainho, responsável pela retomada do Noites Cariocas este ano, com atrações como Ney Matogrosso, Capital Inicial, Iza, BaianaSystem e Anavitória.
Calainho relembrou a criação do evento em 1980 por Nelson Motta, com shows de bandas como Titãs, Paralamas do Sucesso, Lulu Santos, Barão Vermelho/Cazuza e o saudoso Tim Maia. “Quando Roberto Medina fez o primeiro Rock in Rio, em 1985, foi nas atrações do Noites Cariocas que ele buscou o line up das atrações nacionais”, contou.
Ricardo Amaral é homenageado pelo LIDE. (Foto: Gustavo Rampini/LIDE)
Sobre o Fórum
Pela primeira vez, o Fórum Empresarial LIDE acontece na cidade do Rio de Janeiro, entre 23 e 26 de junho, no Hotel Fairmont, em Copacabana, na Zona Sul da cidade. O evento reúne líderes de diferentes setores para dialogar sobre novos caminhos para o desenvolvimento do Brasil, abordando temas como governança e transparência na gestão pública; sustentabilidade e compromisso ambiental; modernização do modelo energético brasileiro; o futuro político e institucional do Brasil; o papel da democracia na sociedade; as lideranças políticas e a retomada econômica, além da profissionalização do esporte e a retomada de eventos culturais.