Polícia Civil indicia PM que jogou homem de ponte em SP por tentativa de homicídio

A Polícia Civil do Estado de São Paulo indiciou por tentativa de homicídio o policial militar Luan Felipe Alves Pereira. Durante uma abordagem em dezembro de 2024, ele jogou um homem do alto de uma ponte da cidade de São Paulo. A defesa não foi localizada.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, o inquérito está em fase de conclusão e deverá ser remetido ao Judiciário nos próximos dias.

Pereira, assim como outros seis PMs envolvidos na ocorrência, já havia sido indiciado pela Corregedoria da PM por tentativa de homicídio no ano passado. Na ocasião, a defesa dele disse que entendia o indiciamento como "excessivo" e "desproporcional".

Relembre o caso

Em depoimento à Polícia, Marcelo, que trabalha como manobrista na região dos Jardins e da Avenida Paulista, disse que, na madrugada do dia 2 de dezembro, voltava da casa da namorada de moto quando se deparou com diversos policiais nos arredores da ponte, na Rua Padre Antônio de Gouveia.

O manobrista disse que não ofendeu ninguém e relatou ter afirmado, durante a abordagem, que não era ladrão. Apesar disso, teria sido agredido com golpes de cassetete. Em seguida, ele foi jogado brutalmente da ponte e caiu em um córrego, como mostraram imagens que circularam nas redes sociais à época. Ele disse que caiu de joelhos, por isso não se machucou tanto. Além de Pereira, ao menos outros três policiais aparecem nas imagens.

Na versão dos PMs, o manobrista teria tentado fugir de uma abordagem policial, o que resultou em uma perseguição ao motociclista. Ainda na ocasião, o secretário da Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, prometeu "severa punição" aos envolvidos.

A corporação afastou 13 policiais envolvidos na ocorrência. O grupo é do 24.º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Diadema, região metropolitana.

Nessa segunda-feira, 7, policiais da 2ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) realizaram a oitiva do policial que permanece detido no Presídio Militar Romão Gomes (PMRG), na zona norte de São Paulo.

Outros doze policiais seguem afastados das atividades operacionais. O Inquérito Policial Militar (IPM) já foi concluído e encaminhado à Justiça Militar, enquanto um procedimento disciplinar permanece em tramitação.