6 em cada 10 empregadores demitiram os jovens da geração Z, contratados no início deste ano

Pesquisa revela que as empresas estão desligando os jovens rapidamente, para o co-fundador da Human SA, Robério Andriolo, liderar a geração Z é uma jornada desafiadora, mas também extremamente recompensadora.

classmates-writing-learning-study-sessionEmpresas estão demitindo os jovens poucos meses após a contratação.(Foto: Divulgação)

O novo relatório da Intelligent.com, realizado com 1000 líderes empresarias dos Estados Unidos, revela que seis em cada 10 empregadores já despediram colaboradores da geração Z contratados no início deste ano. E um em cada sete planeja não recrutá-los no próximo ano. Ou seja, as empresas estão demitindo rapidamente os jovens poucos meses após a contratação. Para o co-fundador da Human SA, Robério Andriolo, liderar a geração Z tem sido uma jornada desafiadora, mas também extremamente recompensadora.

“Ao assumir a responsabilidade de liderar essa nova geração, percebi que eles trazem uma perspectiva única ao ambiente de trabalho, marcada por uma forte conexão com a tecnologia, o desejo de impacto social e uma busca constante por autenticidade. No entanto, também há desafios que surgem dessa mesma dinâmica. Um dos maiores desafios que enfrento é a necessidade de alinhar expectativas. Eles valorizam profundamente a transparência e a flexibilidade. Ao mesmo tempo, muitos deles têm uma impaciência natural para ver resultados imediatos e podem ficar desmotivados com processos mais longos ou estruturados. Isso me força a ser mais ágil nas comunicações e a adaptar o ritmo de trabalho para garantir que eles se sintam engajados e desafiados, sem perder de vista o que é realista para a organização”, comenta Andriolo.

Ainda sobre a pesquisa, a principal queixa dos líderes em relação aos jovens de hoje é a falta de motivação ou de iniciativa, 50% afirmaram que essa é a razão pela qual ocorrem as demissões, enquanto 39% alegam a falta de competências de comunicação. Além disso, 75% das empresas acreditam que alguns ou todos os seus jovens contratados são insatisfatórios e quase metade (46%) nota a falta de profissionalismo por parte destes jovens trabalhadores.

A chegada desse grupo no mercado de trabalho exige adaptação, não apenas no ambiente organizacional, mas também na gestão de talentos. “Um ponto que percebo é a diferença nas formas de comunicação. A geração Z prefere feedbacks rápidos e diretos, e muitas vezes estão mais à vontade usando ferramentas digitais. Para mim, como líder, isso significa equilibrar as interações digitais com momentos mais pessoais e humanos, garantindo que a conexão com a equipe não se perca no meio de tantas telas”, diz co-fundador da Human SA, que oferece cursos de pós-graduação e MBA em habilidades humanas orientadas à felicidade, bem-estar e negócios.

Como a Geração Z pode ajudar a empresa?

A geração Z é conectada e antenada com o mundo, e essa combinação pode ser um combustível poderoso para solucionar os problemas sob uma nova ótica, trazendo ideias inovadoras.

“A geração Z traz uma energia nova para o time. Eles questionam o status quo de uma maneira que nos força a repensar processos antigos e nos faz inovar constantemente. São uma geração que se preocupa genuinamente com questões de diversidade, inclusão e sustentabilidade, o que nos incentiva a ser melhores, não apenas como empresa, mas como seres humanos”, ressalta Robério.

Segundo o co-fundador da Human, a criatividade destes jovens também é muito positiva, pois têm uma mentalidade de "faça você mesmo" e facilidade em aprender novas habilidades por conta própria. Isso gera uma autonomia e uma capacidade de resolução de problemas que são valiosas em um mundo de negócios em constante mudança.

“Liderar a geração Z é, sem dúvida, um exercício de adaptação, empatia e evolução. Embora seja desafiador, acredito que, ao entendermos suas motivações e expectativas, conseguimos criar um ambiente de trabalho mais inovador, inclusivo e dinâmico. E, ao final do dia, isso beneficia tanto a equipe quanto a organização como um todo”, conclui Robério Andriolo