Márcio Kanamaru, KPMG: 4 estratégias prioritárias para o sucesso das empresas de telecomunicações

Conclusões são da publicação “Future of Telco”, conduzida pela KPMG com mais de 300 executivos líderes em organizações de telecomunicações de diversos países.

Márcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do SulMárcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul. (Foto: Divulgação)

O futuro das empresas de telecomunicações depende de estratégias assertivas considerando um cenário de novas tecnologias, incerteza regulatória e risco de recessão. São novos desafios aos modelos tradicionais de negócio, com intensificação das expectativas dos consumidores e um crescimento em escala sem precedentes da hipercompetitividade. O setor também está sendo impactado pela necessidade de contemplar a agenda ESG e uma pressão crescente de regulação, cenário que impactará diretamente o futuro dessas empresas. Essas são algumas das conclusões da publicação “Future of Telco”, conduzida pela KPMG com mais de 300 executivos líderes em organizações de telecomunicações de diversos países.

O conteúdo destacou ainda que, nesse cenário desafiador, não faltam oportunidades de crescimento. Para sobreviverem e crescerem nessa nova realidade, as empresas de telecomunicações devem priorizar 4 estratégias principais:

1- Duplicação da rede: é fundamental que as empresas de telecomunicações ampliem investimentos e abordagens em conectividade e infraestrutura de rede. O foco deve estar no fornecimento de conectividade em escala, velocidade e alta disponibilidade.

2- Foco no front-end digital: é um imperativo estratégico elas se concentrarem nas vendas e no front-end marketing, deixando a conectividade e a maioria dos serviços para outros players. O sucesso no front-end digital pode exigir um ecossistema significativo de parcerias e alianças, mais foco em inovação de produtos e experiência do cliente.

3- Melhoria dos serviços gerenciados: esse caminho é muito promissor, que consiste, basicamente, em subir na cadeia de valor, por meio da oferta de um conjunto completo de soluções aos clientes. A possibilidade de agregar valor é vasta. No business to business as empresas de telecomunicações já oferecem soluções como gerenciamento de serviços de segurança e de rede (NaaS). Para se manterem relevantes, precisam criar serviços, desenvolver ecossistemas cada vez melhores e apostar em estratégias baseadas em insights.

4- Fazer o salto telco-to-techco: o trocadilho significa algo como “evoluir da telecomunicação para a telecomunicação tecnológica”. Muitas empresas de telecomunicações estão tentando se reinventar como empresas de tecnologia. Só que isso não é simples e, para atingirem esse objetivo, além de muito planejamento estratégico, precisam investir mais em parcerias.

“Adicionalmente às quatro estratégias apontadas acima e de forma tranversal, diante da ampliação global das redes 5G, a conectividade por meio das APIS (Application Programming Interfaces) proporcionará grandes oportunidades para o desenvolvimento de novos modelos de negócios e formas de monetização da rede a partir do uso de dados. A personalização da jornada do consumidor e a conexão das marcas trarão melhorias para a experiência dos clientes em tempo real e de maneira realmente contextualizada com o uso de tecnologias como edge computing”, afirma Márcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul.