Somente 35% das empresas brasileiras já iniciaram ações concretas para a adoção do DREX

Estudo avaliou o nível de familiaridade, as expectativas e o preparo das empresas diante do lançamento do Real Digital, previsto para o primeiro semestre de 2025.

Drex_Rafa Neddermeyer_agenciabrasil.ebc (9)Empresas enxergam a segurança como principal preocupação para a adoção do DREX. (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A pesquisa ‘Adoção da Moeda Digital Brasileira (DREX) no Mercado Empresarial’, desenvolvida pela Protiviti Brasil, consultoria especializada em Gestão de Riscos Corporativos, em conjunto com a MD8 Consulting, aponta que apenas 35% das empresas brasileiras já iniciaram ações concretas para a adoção da DREX, embora 75% dos respondentes tenham apontado que precisam se preparar para não perderem vantagem competitiva e 60% declararem terem empreendido algum esforço em procurar conhecer os impactos que haverá nos seus negócios.

De acordo com Alexandre Tamura, diretor de Data Regulation da Protiviti Brasil, mesmo que exista um alto nível de reconhecimento da importância da DREX, a implementação prática ainda aguarda um framework regulatório quanto à tokenização, previsto para o primeiro semestre de 2025. “Neste momento, a preparação proativa e a busca por informações e apoio serão cruciais para que as empresas se posicionem favoravelmente no mercado à medida que a DREX se torna uma realidade”, acrescenta o executivo.

Em relação às principais preocupações para a adoção do DREX e da Tokenização, 65% das empresas relataram a segurança, o que destaca a importância crítica de proteger as transações e os dados financeiros contra ciberataques e fraudes. “As organizações deverão investir significativamente em tecnologias robustas de segurança e em protocolos para garantir a integridade e a confiança nas operações envolvendo DREX ou, ainda, para a tokenização dos ativos”, pontua Tamura.

Outra preocupação, para 40% das empresas, é a Privacidade de Dados. Devido à sensibilidade do tema e à necessidade de conformidade com regulamentações, as organizações sabem que precisarão implementar medidas rigorosas de privacidade para proteger as informações dos usuários e manter a confiança dos clientes.

Além disso, quase metade dos respondentes está preocupada com a disponibilidade de mão de obra qualificada. Isso sugere que há um reconhecimento da necessidade de especialistas para implementar e gerenciar tecnologias de DREX e tokenização, sendo uma oportunidade de mercado para os profissionais que buscam especialização.

Diante dessas preocupações, o envolvimento das áreas de Tecnologia da Informação (TI) e Governança Corporativa será essencial para que as empresas operem o DREX de maneira eficiente. “Será crucial investir nessas áreas para garantir que as operações ocorram de forma segura e acompanhando as melhores práticas do mercado. As empresas devem considerar também programas de treinamento e desenvolvimento de habilidades para suprir essas necessidades”, comenta Tamura.

Em relação às expectativas, 58% das empresas acreditam que a tokenização permitirá que bancos e instituições financeiras ofereçam produtos e serviços financeiros mais eficientes, seguros e acessíveis, o que beneficiará tanto as instituições quanto os consumidores. Além disso, 75% das organizações estão otimistas de que o DREX, em particular, abrirá novas oportunidades para o desenvolvimento e oferta de produtos e serviços financeiros inovadores, como novas formas de transações e investimentos.

Para Marcelo Deschamps, especialista em Finance and Regulation da MD8 Consulting, a moeda digital está prestes a transformar o cenário econômico brasileiro, oferecendo novas possibilidades e desafios para as organizações. “Compreender como as empresas estão se preparando para essa mudança é crucial para antecipar os impactos, identificar oportunidades e garantir uma transição bem-sucedida para essa nova fase do setor financeiro no Brasil”, explica ele.