Carlos Vian, USP: 'Empresários estão começando a ver um ambiente de negócio mais positivo'

Especialista aponta que “nós tivemos uma melhora nos indicadores”.

0257470001510054124 (1)Carlos Vian, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP. (Foto: Divulgação)

O novo Boletim Industrial da Esalq traz análise sobre o desempenho do setor e tendências para a economia nacional. O professor Carlos Vian, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, aponta que “nós tivemos uma melhora nos indicadores”, com o PIB, por exemplo, superando as expectativas. Houve também uma ligeira mudança: antes, o PIB era puxado principalmente pelo setor agroindustrial, mas agora comércio e indústria estão assumindo uma importância equiparável. A tendência positiva se reflete também nos indicadores de confiança.

“Tivemos agora os indicadores passando para um ambiente de expectativas positivas. Isso mostra que os empresários estão começando a ver um ambiente de negócio de uma forma mais positiva e enxergando as oportunidades – e isso, com certeza, melhora o ambiente econômico para os próximos meses”, comenta ele.

Tendências econômicas

A começar sobre a inflação, Carlos Vian diz que ela, “por enquanto, está controlada”, a princípio se estabelecendo no patamar de 4% ou 5% ao ano. Mas um fator que pode fazer ela acelerar é o dos efeitos climáticos. Assim como aconteceram no centro do Brasil as queimadas e, principalmente, as enchentes no Sul, os preços de alimentos e indústria ficaram desregulados com os danos e desastres. Se isso se repetir, o especialista afirma que a inflação pode sofrer.

As expectativas para as tendências econômicas são, no geral, positivas, mas não livres de ressalvas. Há, por parte dos empresários, ainda uma certa vigilância sobre a economia, e o otimismo é cauteloso. “Ainda existem questões que não estão totalmente delineadas em termos da política econômica, dos próprios rumos do País. A nova política industrial é um marco importante, mas as medidas ainda estão sendo tomadas”, explica Vian.

Setores produtivos

O professor destrincha também quais setores produtivos valem ser mencionados. Como destaque positivo está o de produtos de metal: “Foi um setor que teve um desempenho um pouco mais efetivo agora nos últimos meses, em termos de melhoria de horas”. E também o setor ligado aos bens de consumo não duráveis, como alimentos e indústria têxtil. Consequentemente, o comércio de varejo teve bons resultados como um todo. Já o setor de veículos recebe notícias negativas, no sentido de que a capacidade ociosa que vinha dos últimos meses pouco se alterou, indicando estabilidade em um cenário mais moroso.