Inflação faz paulista escolher preço em vez de marca nos supermercados

Consumo de itens premium caiu mais de 40%.

6-roberto-chade-dotz-800x533Roberto Chade, CEO da Dotz. (Foto: Divulgação)

A Dotz, plataforma que oferece benefícios a consumidores por realizarem compras e pagamentos, verificou em uma recente análise, que o consumidor paulista está optando por produtos mais baratos em sua cesta. Com base em dados de comportamento de seus clientes nos principais supermercadistas parceiros de varejo alimentar, a empresa identificou uma queda de 40,3% no consumo de produtos premium e premium+, que custam de R$ 25,00 a R$ 60,00. Os dados comparam o 1° trimestre de 2023 como mesmo período do ano anterior.

Mas há diferenças entre os perfis de consumidores. A queda mais acentuada, como já esperado, foi nas classes mais baixas, chegando a 49% menos; nas classes mais altas o impacto no consumo desses produtos foi menor, mas, ainda assim, bastante significativo – com queda de 29,5%. Por outro lado, houve um aumento no consumo de itens considerados de entrada (com faixa de preço entre R$ 3,00 e R$6,00), 28,6%, e os intermediários, que custam de R$ 8,00 a R$ 20,00, subiram 23,3%, indicando uma maior adesão do consumidor aos itens mais baratos.

A empresa indica que esse comportamento está relacionado à alta dos preços destes produtos no período, frente ao primeiro trimestre de 2022. Na categoria premium, os valores avançaram 30,2%, e os premium+ subiram 42,7%.

Carne mais barata; arroz e feijão mais caros

O preço dos cortes de carne bovina caiu 7,1% no 1º trimestre de 2023 nos supermercados em São Paulo, em relação ao mesmo período de 2022, segundo a Dotz. Isso após um registro de altas seguidas desde o início da pandemia.

Os preços do café e do açúcar caíram 3,5% e 1,1%, respectivamente, nos três primeiros meses deste ano. No entanto, grãos tiveram aumento, arroz subiu 19,2% e o feijão 18,5%. Além do leite que ficou 16,9% acima do valor registrado em 2022, assim como o óleo vegetal, que aumentou 8,6% no mesmo período.

“Notamos que a cesta básica ainda pesa no bolso do consumidor brasileiro, porque a inflação está em alta nos principais itens que a compõem. Neste contexto, os programas de fidelidade podem se tornar um grande aliado, pois fazem com que as pessoas contem com um “dinheiro extra”, ajudando no aumento do poder de compra, seja em pontos, ou como no caso da Dotz, a troca de Dotz por dinheiro”, explica o CEO da Dotz, Roberto Chade.

Poder de compra do brasileiro está menor

Ainda segundo dados da empresa, há uma contínua tendência de perda de poder de compra do brasileiro. Mesmo com o gasto médio tendo aumentado 8%, passando de R$347,00 para R$376,00, na comparação de janeiro e fevereiro deste ano com o mesmo período de 2022, a quantidade de itens por cesta caiu 11%, nesse mesmo período.

O estudo mostra que o cliente está gastando mais e levando cada vez menos produtos para casa. O fator que colaborou para esse fenômeno foi o aumento do preço médio dos produtos nos supermercados – passando de R$7,58 para R$8,71, 15% maior.