Pedro Bartelle: 'Não apenas nos preocupamos em ser sustentável, mas também em levar a todos o resultado disso'

Empresas utilizam a energia renovável como um elemento de transformação estratégica dos negócios.

abre-lifestyle-pedro-bartelleago-divulgacao Pedro Bartelle, CEO da Vulcabras. (Foto: Divulgação)

Entre as principais tendências para o setor de energia elétrica, o avanço regulatório em prol da transição energética e modernização do mercado, além da implantação de empreendimentos renováveis com a utilização dos subsídios e avanço no processo de privatização, despontam como ações de alto impacto nos negócios para os próximos anos. Essa busca que envolve economia, gestão eficiente e a redução da emissão de CO2, tem levado inúmeras corporações a definirem contratos de compra de energia limpa e até implantado projetos de geração própria.

A Vulcabras, que é a maior gestora de marcas esportivas do Brasil, tendo em seu portfólio as marcas Mizuno, Olympikus e Under Armour, terá a partir de 2022 suas unidades fabris abastecidas com energia eólica. Localizadas em Itapetinga, na Bahia e em Horizonte, no Ceará, as fábricas serão supridas por um dos maiores complexos de energia eólica do mundo, o Rio do Vento, no Rio Grande do Norte. Operacionalizado pela Casa dos Ventos, o complexo terá capacidade instalada total de 1.038 MW.

O contrato firmado entre a Vulcabras e a Casa dos Ventos, no valor de R$ 150 milhões, prevê o fornecimento de energia limpa pelo período mínimo de 13 anos. A empresa fornecerá a totalidade do consumo da Vulcabras, equivalente à 7 megawatts (MW) médio, o que evita o lançamento de 15 mil toneladas de CO2 anualmente na atmosfera, o equivalente ao plantio de 67 mil árvores.

"Esse é um momento histórico na jornada da Vulcabras, que tem como um de seus valores o pensar no amanhã. Não apenas nos preocupamos em ser sustentável, mas também em levar a todos os brasileiros o resultado disso", afirma Pedro Bartelle, CEO da empresa.

Joint Venture

Outro projeto de destaque para autoprodução de energia solar está sendo capitaneado pela Shell Brasil e a Gerdau. As empresas  assinaram termo de cooperação para um empreendimento fotovoltaico em Brasilândia de Minas, norte de Minas Gerais. Com capacidade instalada de 190 MWdc, o parque Aquarii fornecerá parte da energia limpa para as unidades de produção de aço da Gerdau e outra para ser comercializada no mercado livre pela comercializadora de energia da Shell, a partir de 2024.

A joint venture, que terá participação igualitária das duas empresas, faz parte da estratégia de transição energética e descarbonização de ambas. Trata-se de um passo voluntário da Shell Brasil na oferta de mais produtos e serviços energéticos renováveis e sustentáveis, em alinhamento com a busca de uma matriz de energia mais limpa pela Gerdau. Aquarii também venderá energia para consumidores livres, ajudando a aumentar o parque gerador do estado de Minas Gerais e contribuindo para a segurança energética da região com mais energia renovável.

“Este é o primeiro projeto da Shell em energia solar no Brasil, um marco que diversifica a atuação da companhia no país e de maneira alinhada ao nosso propósito de oferecer mais energia e de maneira mais limpa. A presença de um parceiro como a Gerdau é um sinal de confiança neste propósito na Shell e em sua capacidade como desenvolvedora de soluções de energia para seus clientes. Caminharemos juntos rumo à transição energética e numa região estratégica para ambas as companhias”, afirmo Guilherme Perdigão, diretor de Renováveis e Soluções de Energia da Shell Brasil.

guilherme-perdigaoGuilherme Perdigão, diretor de Renováveis e Soluções de Energia da Shell Brasil. (Foto: Divulgação)

Certificação

A Tereos, uma das líderes mundiais na produção de açúcar e etanol e uma das maiores produtoras de energia a partir da fonte biomassa no país, recebeu no final de agosto a certificação I-REC. O sistema, atualmente reconhecido por cerca de 70 países, permite que a companhia garanta que a energia produzida em suas unidades é proveniente de fontes renováveis e limpas. A certificação gera créditos de energia renovável que podem ser comercializados pela empresa, fortalecendo, assim, os valores ESG da Tereos, clientes e parceiros.

De acordo com Gustavo Segantini, diretor comercial da Tereos, a sustentabilidade é um dos pilares fundamentais da companhia. "Nossa matéria-prima, a cana-de-açúcar, opera na lógica da economia circular. Em cada etapa do processo produtivo, contamos com práticas sustentáveis que visam aproveitar ao máximo tudo o que a cana oferece, gerando menos resíduos e otimizando recursos", comenta.

Além de ser realizado por meio de fonte limpa e renovável, o processo de cogeração de energia a partir da biomassa da cana as ações reduzem a emissão de gases de efeito estufa, otimizam a captação e uso de água e promovem maior eficiência na produção.

"Com a agenda ESG cada vez mais forte, muitas empresas passaram a adquirir energia somente de fontes geradoras certificadas pelo I-REC. Dessa forma, além de potencializar os ganhos financeiros, a certificação contribui com o fortalecimento do negócio atendendo uma demanda crescente dos nossos clientes e parceiros no mercado", afirma Segantini.

Gustavo-Segantini-768x512Gustavo Segantini, diretor comercial da Tereos. (Foto: Divulgação)

Consumo consciente

A Omega Energia, por meio de sua empresa que desenvolve projetos e implementa ativos renováveis do grupo, acaba de assinar contrato de longo prazo com o Grupo Heineken. Trata-se de uma iniciativa para expandir o consumo de energia renovável no Brasil e gerar redução da emissão de aproximadamente 270.000 toneladas de CO2 na atmosfera. O projeto apresenta ainda os selos I-REC (International Renewable Certificates) dos parques de energia renovável. A parceria entre as empresas consistirá na implementação de ativos de geração de energia na região Nordeste, para o fornecimento de energia renovável que atenderá 100% do consumo de 13 cervejarias e nove centros de distribuição espalhados pelo Brasil.