Viralização em nichos é estratégia eficaz no marketing de influência

Pesquisas mostram que 90% dos brasileiros entre 16 e 35 anos interagem com conteúdos virais, e 73% das pessoas se informam primeiramente a partir de um conteúdo viral.

Brunna Jahn é CEO da Virau, agência de marketing de influência especializada em viralizacão segmentadaBrunna Jahn é CEO da Virau, agência de marketing de influência especializada em viralizacão segmentada. (Foto: Divulgação)

Imagine a possibilidade de abrir uma loja na avenida mais movimentada do mundo, que possa ser acessada por todos os habitantes do planeta. Pois foi exatamente isso que aconteceu com o surgimento da internet: marcas e empresas ganharam a possibilidade de vender seus produtos até nos lugares mais distantes, bastando apenas alguns clics para o dinheiro entrar no caixa.

Essa transformação no mundo dos negócios, no entanto, criou também uma corrida feroz para fisgar o cliente. Em vez de disputar apenas com a lojinha da esquina, uma marca de roupas, por exemplo, passou a temer a concorrência vinda do outro lado do mundo, onde um chinês oferta seus modelitos em sites atraentes, com preços irresistíveis. A internet rasgou as fronteiras, revolucionou a logística do comércio e deixou de cabelo em pé os departamentos de marketing.

Surgiu então o conceito do marketing de influência como ferramenta poderosa pra ganhar espaço nessa vitrine de alcance mundial. Não bastava mais anunciar no próprio site, era preciso associar o produto ou serviço a alguma personalidade carismática, com milhões de seguidores. Rapidamente as marcas perceberam que esses garotos e garotas-propaganda tinham o poder de impulsionar as vendas, como se ao comprar um produto o consumidor levasse junto o estilo de vida bacana do influenciador.

Essa parceria entre marcas e influencers fez muita gente ganhar rios de dinheiro, nas duas pontas. Ter um, ou vários rostos nas redes sociais, no entanto, não basta mais. Além destes "embaixadores", muitas empresas perceberam que para ganhar uma fatia mais gorda do mercado, em muitos casos era preciso também "viralizar". E, de preferência, no próprio nicho de atuação.

A viralização refere-se à rápida disseminação de uma mensagem, alcançando um grande público em pouco tempo. Ela é especialmente útil para lançamentos de produtos, eventos e promoções temporárias, que precisam de atenção imediata e interesse instantâneo. Gestões de crise, em que é necessário resgatar a reputação de uma marca ou estancar fake news também exigem ações de viralização rápida para disseminar a versão dos fatos que precisa ganhar a opinião pública.

O curioso é que páginas virais, com grande poder de espalhar notícias, surgiram nas redes sociais organicamente, por talento de seus criadores, que tem os perfis mais variados, e muitas vezes profissões completamente diferentes dos temas abordados no perfil. De altos executivos a skatistas recém-saídos da adolescência, são pessoas que querem se manter anônimas, mas são apaixonadas por determinados temas, a ponto de dedicar horas do dia para a criação de conteúdo nas redes. Esse interesse real por temas como culinária, turismo, esportes ou outros assuntos, acaba gerando uma conexão real com o internauta, que não só consome as informações, mas também compartilha.

Pesquisas mostram que 90% dos brasileiros entre 16 e 35 anos interagem com conteúdos virais, e 73% das pessoas se informam primeiramente a partir de um conteúdo viral, seja ele de entretenimento, fianças, política e etc.

Como rastilho de pólvora, esse tipo de conteúdo rapidamente se espalha na comunidade interessada, proporcionando o marketing cirúrgico que atinge justamente o público desejado pela marca. Influencers, portanto, sempre terão seu lugar na construção de relação duradoura de confiança e lealdade entre os consumidores e as marcas. Mas, para a maximização da eficácia do marketing de influência, a viralização segmentada também deve ser considerada como estratégia complementar.