C-Levels analisam tendências para o setor de tecnologia em 2025

Ferramentas que impactam o desenvolvimento de soluções e carreiras de tech estão em alta para o próximo ano. (Foto: Freepik)

O ano de 2024 chegou ao fim com um legado eterno na tecnologia com a proeminência da Inteligência Artificial. O período é divisor de águas e muda o jogo de forma permanente, com a consolidação e avanços exponenciais em diversas frentes. Além dela, outras são promissoras, como cloud computing e cibersegurança. Partindo desse cenário, lideranças de companhias de tecnologia analisam o que se estabeleceu e quais tendências ganham força para 2025.

Inteligência Artificial Generativa (IA Generativa)

Principal pauta ao longo do ano, a Inteligência Artificial Generativa (IA Generativa) avançou significativamente em 2024, transformando setores como saúde, manufatura, finanças e marketing. Sua aplicação expandiu-se para tarefas especializadas, incluindo simulações médicas, design de medicamentos e prototipagem industrial, acelerando processos e reduzindo custos. Além disso, destacou-se na geração de dados sintéticos, permitindo superar limitações de privacidade e regulamentações.Técnicas como a Geração Aumentada por Recuperação (RAG) aumentaram a confiabilidade dos modelos, reduzindo erros e aprimorando o desempenho. Ferramentas como Chat GPT e Google Gemini tornaram-se amplamente acessíveis, integrando-se a sistemas corporativos para automatizar tarefas e personalizar experiências.

Outro exemplo é a Inteligência Artificial do Whatsapp. O aplicativo é o mais utilizado pelos brasileiros diariamente. Com a Meta AI, o usuário não precisa sair do app, reduzindo a distância entre usuário e a IA. “Com maior foco em governança e ética, as regulamentações impulsionaram a adoção de práticas transparentes e seguras. Como resultado, a IA Generativa aumentou a produtividade, democratizou o acesso à tecnologia e consolidou sua presença em áreas críticas. A tendência indica uma expansão contínua, com aplicações ainda mais inovadoras e acessíveis nos próximos anos”, aponta Caio Laurino, CIO da Maitha Tech, consultoria de desenvolvimento de soluções digitais.

A IA generativa também foi determinante para revolucionar o atendimento ao cliente, chegando a esse setor efetivamente no início de 2024. Sua aplicação promoveu inúmeros benefícios, mesmo num curto período para mensuração, e promete avanços inovadores para 2025. Uma das principais tendências é a personalização em larga escala, possibilitada pela análise de dados em tempo real e pela geração de respostas contextuais que se adaptam ao perfil de cada consumidor. Chatbots e assistentes virtuais baseados em IA serão capazes de interpretar emoções, histórico de interações e preferências, oferecendo experiências altamente personalizadas e resolvendo problemas de forma mais ágil e eficiente.

Outra tendência marcante será a integração multicanal ainda mais fluida, com a IA generativa conectando diferentes plataformas de atendimento, como redes sociais, e-mails, aplicativos e assistentes de voz. Além disso, espera-se um avanço no uso da linguagem natural para criar interações mais humanas, acompanhando a evolução de tecnologias como a tradução automática e a detecção de sentimentos. Essas inovações permitirão que as empresas ampliem a satisfação do cliente, fidelizem os consumidores e otimizem os custos operacionais.

“A chegada da IA generativa no atendimento ao cliente nos permite sermos mais efetivos nas necessidades dos consumidores e muito mais assertivos na solução das dores de mercado que as empresas nos trazem quando investem numa plataforma de atendimento omnicanal”, comenta Rafael Gouvêa, fundador e CEO da Neppo, empresa brasileira de tecnologia especializada no atendimento e na comunicação digital.

Computação Quântica e Pós-Quântica

Apesar de um avanço limitado em 2024, a criptografia pós-quântica, vista como uma solução para garantir segurança em um futuro com computadores quânticos funcionais, é tida como uma ferramenta com potencial de consolidação ao longo dos próximos anos, mas, para isso, terá que superar barreiras de mercado e investimento.
A implementação prática ainda é restrita a testes em setores específicos, como o financeiro e governamental. Enquanto gigantes da tecnologia, como Google e IBM, continuam demonstrando protótipos promissores, o uso comercial em larga escala parece distante. A falta de uma infraestrutura robusta e acessível para suportar computação quântica, somada à escassez de profissionais qualificados, frearam uma evolução tangível em 2024 e surgem como desafios para consolidar a computação quântica a partir de 2025.

Cloud computing

De acordo com uma pesquisa feita pela Gartner, uma das principais empresas de pesquisa e consultoria do mundo, estima-se que até 2028 mais de 50% das empresas utilizem a cloud computing em seus negócios. Diante desse cenário, as empresas devem acompanhar inovações ao longo de 2025 para adaptar seus sistemas às tendências e novos formatos de computação em nuvem.

“Termos como nuvem distribuída, multicloud e green cloud farão cada vez mais parte do vocabulário de tecnologia a partir de 2025. Os modelos devem trazer escalabilidade e aplicação mais dinâmica de ferramentas de gestão e compilação de dados, facilitando integração e análise de volumes massivos de informações”, detalha Buratto.

Carreira

Para cada uma das novas ferramentas que surgem no mercado, um novo horizonte profissional se abre, seguido de uma lacuna de profissionais qualificados a ser preenchida para integrar as equipes. Para 2025, as contratações no setor tech serão impulsionadas por avanços contínuos em áreas como inteligência artificial, machine learning, cibersegurança e análise de dados. “O desenho de um novo perfil de programadores se torna cada vez mais claro: a será essencial para devs entenderem de negócio e produto, fazendo da programação cada vez mais uma área multidisciplinar”, destaca Isabela Castilho, CEO da Rocketseat, ecossistema de educação em tecnologia.

Diante desse contexto, a consultoria Robert Half elencou as carreiras tech de destaque para 2025. Entre elas estão engenheira de software, área que colabora no aprimoramento de sistemas, profissional imprescindível para empresas em transição digital; especialistas em Cibersegurança, são fundamentais para proteger redes e dados corporativos, permeados pela LGPD; cientistas de dados, que transformam grandes volumes de dados em insights estratégicos, essenciais para a tomada de decisões orientadas por dados; especialistas em cloud computing, esses profissionais otimizam e gerenciam infraestruturas remotas.

“As redes sociais também são um ponto de atenção para o ecossistema de tecnologia, mas de um jeito talvez inesperado. Um exemplo é o Tiktok Shop, que pode alterar a esteira de consumo de produtos, compras e engajamento do cliente dentro de redes sociais específicas. Esse fluxo é um movimento de efeito multidisciplinar, mas que toca em programação com grande protagonismo”, complementa Isabela da Rocketseat.