Sustentabilidade e cuidado devem determinar o futuro das empresas
Especialistas e líderes de RH visualizam mudanças no core business das empresas, com foco em pessoas. Tema foi debatido na terceira edição do Corporate Mental Health Week.
Sustentabilidade e cuidado devem determinar o futuro das empresas. (Foto: Divulgação)
A agenda ESG ("environmental, social and governance", em português, ambiental, social e governança) tem sido, cada vez mais, motivo de foco e preocupação entre as grandes empresas do mercado. Para além das questões ambientais, ela faz luz também à importância da saúde e satisfação dos colaboradores para um crescimento sustentável.
No segundo e último dia da terceira edição da Corporate Mental Health Week, idealizada pela Vittude, profissionais de Recursos Humanos debateram possíveis mudanças de estratégia para proporcionar o bem estar dos funcionários de diferentes áreas de atuação.
Na abertura desta quinta-feira, 27/01, a CEO e fundadora da Vittude, Tatiana Pimenta, e o psicólogo e responsável técnico da Vittude, Fábio Camilo, conversaram sobre a excelência clínica no processo terapêutico e a importância do líder como exemplo no cuidado com a saúde mental.
Crescimento sustentável
A sustentabilidade foi o tema do primeiro painel desta quinta-feira, trazendo para o bate-papo a COO da Redpoint, Carolina Strobel e a executiva de gente do Grupo Boticário, Graziella D'Enfeldt, com mediação de Tatiana Pimenta. Com o tema "ESG como ferramenta para um crescimento sustentável", as especialistas destacaram que a cordialidade e o cuidado são combustíveis essenciais para nutrir relações.
Para Carolina, um olhar carinhoso e empático é fator determinante para a construção de uma boa empresa. "É uma mudança de viés do capitalismo, do core da empresa, estamos vendo que as pessoas fazem a diferença. Hoje, as métricas de sucesso vão muito além do crescimento e do lucro. O foco da empresa passa a ser a sustentabilidade do próprio negócio, de forma a criar valor a longo prazo".
Além de falar sobre seus projetos à frente do Grupo Boticário, Graziella falou sobre a transformação que as organizações estão passando. "Temos a necessidade de trabalhar uma agenda de empatia, honrar o ganha-ganha, e exemplo disso foi a implantação que fizemos de uma licença parental universal".
Evento ocorreu no ecossistema Cubo, respeitando os protocolos sanitários. (Foto: Divulgação)
Diversidade
No período da tarde, a diversidade foi uma das principais pautas do encontro, com participação da presidente da SAP, Adriana Aroulho, da head de startups no Cubo Itaú, Amanda Graciano, e mediação da CEO da B2Mamy, Dani Junco.
"Uma boa parte das pessoas negras estão em outras funções, e não em lideranças. Então a gente sempre tem um cuidado a mais com esses grupos: mulheres e pessoas negras. Não existe um livro que vai te fazer entender gente, tudo isso é sobre experiências e inclusão".
Saúde mental e vulnerabilidade
No painel "Psicodinâmica do trabalho e saúde emocional corporativa", Renata Simioni, gerente de saúde corporativa no Grupo Boticário, Marcela Ziliotto, head de gente na Pipo Saúde e Fábio Camilo conversaram sobre a importância do cuidado e das pesquisas para entender como os colaboradores se sentem no ambiente de trabalho. "Não existe roupa tamanho único quando se fala sobre saúde mental. Por isso é tão importante fazer pesquisas e saber como utilizar esses dados", destacou Camilo.
A vulnerabilidade e a importância do cuidado também foram pauta da conversa entre Tatiana Pimenta e a gerente de gestão de pessoas da Solví, Priscilla Lopes. Além de falar sobre a necessidade de tangibilizar benefícios, como o cartão de saúde mental entregue aos colaboradores da Solví, Priscilla frisou o papel do líder nesses processos.. "A liderança precisa se colocar nesse lugar de quem também sofre, tem medo, angústia e se cuida. Isso faz a diferença".
Especialistas e líderes de RH visualizam mudanças no core business das empresas, com foco em pessoas. (Foto: Divulgação)
Encerramento
"Por que é tão difícil falar de saúde mental no trabalho?" foi a pauta da conversa entre Tatiana Pimenta e o médico-psicanalista André Fusco. Para ele, apesar de serem profissionais essenciais no cuidado da saúde mental corporativa, os médicos precisam ter cuidados extras no ambiente de trabalho daquele grupo de colaboradores.