Saúde mental dos colaboradores é prioridade em tempos de burnout

Especialistas e líderes de RH debatem sobre a importância do bem-estar dos profissionais no Corporate Mental Health Week.

WhatsApp Image 2022-01-26 at 10.31.01 (2)Tatiana Pimenta, CEO e founder Vittude, e Everton Höpner, COO e Co-founder Vittude. (Foto: Divulgação)

O ano de 2022 mal começou e já trouxe uma novidade que vem como um sinal de alerta sobre os novos tempos: a síndrome de burnout, também conhecida como a síndrome do esgotamento profissional, passa a ser considerada uma doença ocupacional e foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial de Saúde (OMS).

> Confira como foi o segundo dia de evento: Sustentabilidade e cuidado devem determinar o futuro das empresas

Idealizada pela Vittude, a terceira edição da Corporate Mental Health Week é voltada aos profissionais de Recursos Humanos com o objetivo de debater estratégias para reter e atrair novos talentos, entender novas demandas e acolher necessidades urgentes, como a valorização da saúde mental dos colaboradores.

A abertura do evento, que segue até amanhã, aconteceu na manhã desta quarta-feira, 26/01, foi feita pela CEO e fundadora da Vittude, Tatiana Pimenta, e pelo COO e cofundador da empresa, Everton Höpner. Durante a apresentação, eles debateram sobre o papel social dos empregadores. "No Brasil, temos mais de 576 mil pessoas afastadas do trabalho, seja por invalidez ou por alguma doença. O RH precisa ser estratégico e tudo deve ser pensado para o colaborador, porque é ele quem vai fazer a diferença. Não conseguimos fazer nada se esse profissional não estiver bem", destacou Tatiana.

WhatsApp Image 2022-01-26 at 10.31.01Tatiana Pimenta, CEO e founder Vittude. (Foto: Divulgação)

Sustentabilidade produtiva e guerra por talentos

Com o tema "Por que a sustentabilidade produtiva virou prioridade?", o primeiro painel da manhã teve a participação do CEO da Telhanorte Tumelero, Juliano Ohta, e do diretor de gestão de pessoas na Magalu, Caio Nalini.

"Como garanto que estou ouvindo meus colaboradores e promovendo um ambiente saudável? Pensando nisso, colocamos os serviços de telemedicina à disposição dos nossos colaboradores durante a pandemia. Quando lemos sobre a Revolução Industrial, as pessoas eram tratadas como máquinas e havia uma lógica de comando e controle, gerando um mal estar corporativo. A empresa prospera quando funcionários competentes e empoderados tomam a frente", destacou Ohta.

No caso da Magalu, Nalini frisou a importância da relação entre o cuidado das pessoas e o impacto nos negócios. "Temos uma cultura muito forte voltada às pessoas, valores que dizem sobre 'gente que gosta de gente', e isso é fundamental na tomada de decisões".

Intitulado "Atrair, reter e produzir: como ganhar a guerra de talentos?", o segundo painel do dia teve a participação da diretora executiva de RH da Sky, Simone Oechsler, CHRO da Adventures, Marcelo Chianello, e da headhunter Linkedin Top Voice, Aline Sousa.

WhatsApp Image 2022-01-26 at 11.51.32 (1)Juliano Ohta, CEO Telhanorte Tumelero, e Caio Nalini, diretor de Gestão de Pessoas na Magalu. (Foto: Divulgação)

Além de debaterem sobre a importância do autocuidado, os especialistas destacaram a importância de programas de incentivo como fator de motivação para os colaboradores. "Mas é importante falar que os benefícios mais incríveis desse mundo não terão valor se o ambiente de trabalho não for saudável", disse Simone.

Síndrome de Burnout

Considerada, agora, uma doença ocupacional, a síndrome de burnout foi tema de dois painéis ao longo da tarde. O problema é caracterizado pelo estresse de trabalho, excesso de atividade profissional, esgotamento físico e mental e perda de interesse no trabalho.

"Muitas empresas agravam crises pessoais. Ainda existe muita diferença entre discurso e prática, já que nem todas têm espaço para que seus colaboradores levantem a mão e digam 'não estou bem'’ Algumas organizações têm ambientes tóxicos e tratam esses sintomas com desprezo ou 'mimimi', agem como se fosse algo geracional, mas a verdade é que a nova geração veio escancarar o que todas as gerações sentiram e não verbalizaram", afirmou o chefe de Recursos Humanos da Omie, Luiz Massad.

Para a Chief Culture and Operations Officer da Lew'Lara\TBWA Brasil, Elise Passamani, a pandemia tornou esse processo ainda mais difícil. "Precisávamos passar segurança, cuidar dos empregos e das pessoas, mas também tivemos que lidar com o que eu chamo de "cegueira digital". Com câmeras fechadas, eu perdia a oportunidade de ler as pessoas e ajudar a lidar com seus problemas, foi um desafio estar ao lado delas. O grande segredo é se importar, quando a gente se importa, a gente consegue fazer a diferença", finalizou.

WhatsApp Image 2022-01-26 at 10.31.01 (1)Evento ocorreu no ecossistema Cubo, respeitando os protocolos sanitários. (Foto: Divulgação)

Equidade 

O encerramento do primeiro dia da Corporate Mental Health Week ficou por conta do CEO da Carambola, Gustavo Glasser. Com o tema "Equidade no Futuro do Trabalho", ele falou sobre seus desafios na vivência de homem transexual em suas jornadas de vida pessoal e profissional.