LIDE Paraná debate a importância dos direitos legais e de acolhimento de mulheres com câncer de mama

“Não tem nada simples no câncer e não tem câncer simples, tudo no câncer é complicado”, Sahyne Karan, paciente que superou a doença e participou da live.

LIDE Paraná- evento câncer de mamaLIDE Paraná debate a importância dos direitos legais de mulheres com câncer de mama. (Foto: Divulgação)

A temática pertinente que deve transcender o mês de outubro é sobre a prevenção do câncer de mama e, apesar de extremamente importante criar a consciência social desta problemática, é necessário pensar e debater as questões legais e de acolhimento das pacientes. A live da última quinta-feira, 29, realizada pelo LIDE Paraná, englobou esta temática e trouxe profissionais para compartilhar suas expertises. Participaram do evento o presidente da sociedade brasileira de cirurgia oncológica (SBCO), Dr. Bruno Azevedo; a ex-governadora e autora da lei que instituiu o dia da luta contra o câncer de mama no Paraná, Cida Borghetti; a advogada Dra. Mariana Domingues; a médica radiologista, Dra. Maria Helena Louveira; advogada e paciente, Sahyne Karan; e com mediação da membro do Comitê do LIDE Mulher, Evilym Machado.

O Paraná é pioneiro na luta contra o câncer de mama. O movimento começou com a ex-governadora do estado, Cida Borghetti, que depois de assumir a assembleia legislativa começou a receber inúmeras manifestações de mulheres em tratamento ou buscando diagnóstico para identificar nódulos. Foi neste contexto que foi criado o dia da luta contra o câncer de mama no Paraná e posteriormente a data foi utilizada em todo o Brasil. “As minhas emendas parlamentares, quando Deputada Federal, foram quase todas na área da saúde para aquisição dos centros de diagnóstico aqui no Paraná e o tratamento avançado das mamas”, completa Cida.

As políticas públicas são de extrema necessidade para dar uma boa qualidade de vida para mulheres acometidas com câncer de mama, segundo o Dr. Bruno Azevedo, é necessário sair do ambiente meramente assistencialista e entender que as pacientes têm um trabalho e que muitas delas são mantenedoras de uma casa e precisam de um auxílio para além do hospitalar. “Então, além da questão do cabelo e da logística do tratamento, ela tem que definir como ela vai continuar mantendo a casa ao longo do tratamento. Hoje acho que nós temos um papel que é mais importante que simplesmente decidir qual é o melhor momento de operar ou fazer a quimioterapia”, completa o médico oncologista.

Ao mesmo tempo que é necessário pensar no acolhimento destas pacientes, saber o que e como falar é um movimento importante para a aceitação, para assim dar o passo principal, o início do tratamento. O acolhimento também faz parte do tratamento, assim como a participação da família em todo o processo. “Eu sou a primeira pessoa que vai levantar a possibilidade de ter que passar pelos passos da doença e do tratamento depois. E talvez ali começar aquele trabalho de aceitação da paciente e dar início ao tratamento”, completa a dra. Maria Helena Louveira.

Muitas mulheres que são acometidas com câncer de mama quando iniciam o tratamento não sabem dos direitos garantidos por lei, isso diminui a qualidade de vida das pacientes. “Muitos não sabem que têm os direitos, isso porque são pouco divulgados”, completa a dra. Mariana Domingues.

A Live foi comandada por Evylin Machado, membro do Comitê de Gestão do LIDE Mulher e destacou que o tema será levado para um calendário anual dentro da entidade e não ficará restrito ao mês de outubro. "É muito importante como entidade e sociedade civil, mobilizarmos esforços para temas sensíveis como este. Aqui no LIDE Paraná, o acolhimento e a defesa dos direitos dos pacientes será uma bandeira constante e é muito importante ver nossos filiados e filiadas protagonizando essas iniciativas", destaca a presidente da entidade Heloisa Garrett.