Casos de síndrome respiratória grave tendem a crescer em 23 estados

Dados do boletim Infogripe da Fiocruz foram divulgados hoje.


A análise de longo prazo levou em conta as últimas seis semanas. (Foto: Agência Brasil)


O número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) tende a crescer em 23 unidades da federação, segundo o boletim semanal Infogripe, divulgado nesta quarta-feira (2) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com dados referentes até 29 de janeiro. Especialistas monitoram as tendências de casos de SRAG como um dos indicadores da pandemia, porque a síndrome é uma das complicações da covid-19.

Em 2022, quase 80% dos 16 mil casos de SRAG viral já confirmados foram causados pelo coronavírus SARS-CoV-2. Casos de SRAG em que foram confirmadas infecções por vírus já causaram 2.861 mortes neste ano, sendo 88,5% com diagnóstico de covid-19.  

Segundo a Fiocruz, o cenário é de crescimento dos casos de SRAG em todas as faixas etárias da população adulta, desde o final de novembro e início de dezembro, até o presente momento, exceto para a faixa etária de 20 a 29 anos.

Apesar disso, o boletim informa que é possível observar uma redução no ritmo de crescimento nos grupos abaixo de 70 anos. Entre crianças e adolescentes, os pesquisadores apontam manutenção na tendência de queda iniciada na virada do ano.

O coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, explica que o aumento dos casos SRAG está associado à covid-19 e que a epidemia provocada pelo vírus Influenza parece já ter atingido o pico de casos no fim de dezembro e se encerrado na maior parte dos estados.

"Mesmo na população infantil [0-9 anos], para a qual os vírus sincicial respiratório (VSR) e Influenza A ainda prevaleciam, também se observa tendência de aumento nos casos positivos para covid-19, já superando os demais que mantêm tendência de queda”, disse o pesquisador à Agência Fiocruz de Notícias.

A tendência de crescimento dos casos de SRAG foi observada pelos pesquisadores em 20 estados na análise de longo prazo, que leva em conta as últimas seis semanas. Na Bahia, Pará e Pernambuco, o crescimento ainda não aparece na tendência de longo prazo, mas já é percebido na de curto prazo, que considera as últimas três semanas.

Para o Distrito Federal, a tendência é de estabilidade nos casos de SRAG tanto no longo quanto no curto prazo, enquanto no Espírito Santo, Rondônia e Sergipe, a tendência de queda no longo prazo já se converteu em estabilidade no curto prazo. Nos demais estados, a tendência de crescimento foi detectada na análise de longo prazo.

Entre as capitais, há 19 com tendência de aumento dos casos de SRAG na análise das últimas seis semanas, sendo 15 delas com probabilidade de mais de 95%: Brasília e arredores (DF), Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Rio Branco (AC) e Rio de Janeiro (RJ).