Quase seis em cada dez empresários de infraestrutura consideram satisfatórias medidas do Novo PAC
Proporção obtida pelo Barômetro da Infraestrutura traz expectativa positiva sobre o rumo da agenda de concessões e Parcerias Público-Privadas.
Proporção obtida pelo Barômetro da Infraestrutura traz expectativa positiva sobre o rumo da agenda de concessões e Parcerias Público-Privadas. (Foto: Agência EY)
Os empresários e especialistas de infraestrutura receberam positivamente o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) anunciado recentemente pelo governo federal. Para 58,6% dos entrevistados pela nova edição do Barômetro da Infraestrutura, elaborado pela EY em parceria com a ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), as medidas e propostas do Novo PAC atenderam às expectativas ou atenderam parcialmente. Outros 35,7% disseram que não atenderam às expectativas, porcentagem que mesmo inferior não pode ser desprezada por corresponder a mais de um terço dos respondentes.
A proporção positiva que prevaleceu em relação ao Novo PAC pode, ainda segundo o estudo, influenciar positivamente o rumo da agenda de concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs), já que o programa do governo federal adota essas soluções para a implementação da maioria dos projetos estruturantes. Os entrevistados escolheram, podendo selecionar mais de uma resposta, como pontos positivos do Novo PAC a maior participação privada nos investimentos por meio de PPPs e concessões (45,9% das respostas); diretrizes dos investimentos voltadas para transição ecológica, infraestrutura sustentável e neoindustrialização (32,9%); maior investimento do governo federal (29,3%); e maior participação dos entes subnacionais nos investimentos com o apoio do governo federal (21,7%).
Já em relação aos pontos de preocupação que podem comprometer o sucesso do programa, os entrevistados escolheram, podendo apontar mais de uma resposta, o licenciamento ambiental dos projetos (prazo para o processo, capacidade técnica de análise dos órgãos ambientais, entre outros pontos), com 58,7% das respostas; capacidade de governança do Novo PAC, com 56,1%; baixa capacidade de financiamento para os projetos, com 48,7%; baixa capacidade de estruturação devido à quantidade de projetos, com 43,9%; e incapacidade do setor privado em absorver tantos projetos em um curto período, com 21,4%.
Por fim, em relação ao alcance das metas do Novo PAC até dezembro de 2026, 45,2% dos respondentes demonstraram acreditar que elas serão alcançadas parcialmente (metade no mínimo), enquanto somente 9,7% apontaram que serão cumpridas em sua maioria (três quartos delas no mínimo).
Altos investimentos envolvidos
O novo PAC prevê investimentos de R$ 1,7 trilhão até 2026 em diferentes áreas, com os recursos vindos do orçamento da União, de empresas estatais e de financiamentos, com participação significativa do setor privado. Serão contemplados por esses recursos nove eixos de investimento distribuídos entre cidades sustentáveis e resilientes; transição e segurança energética; transporte eficiente e sustentável; defesa; educação; saúde; água para todos; inclusão digital e conectividade; e infraestrutura social e inclusiva. A maior parte do dinheiro, o equivalente a R$ 610 bilhões, será destinada às cidades sustentáveis e resilientes, englobando iniciativas como o programa “Minha Casa, Minha Vida”, mobilidade urbana e esgotamento sanitário.
Barômetro da Infraestrutura
O estudo é realizado semestralmente pela EY e ABDIB para identificar o ânimo dos empresários e especialistas dos setores de infraestrutura sobre os temas que impactam a realização de investimentos e o desenvolvimento de projetos. O objetivo desses levantamentos é oferecer uma contribuição às autoridades públicas e aos agentes institucionais sobre os caminhos para a promoção do desenvolvimento da infraestrutura.