Pesquisa inédita mostra que 49% dos profissionais não estão satisfeitos com o ambiente de trabalho em suas empresas
Flexibilidade, qualidade de vida e reconhecimentos não financeiros estão entre os fatores mais críticos.
Flexibilidade, qualidade de vida e reconhecimentos não financeiros estão entre os fatores mais críticos. (Foto: Unsplash)
A primeira edição do Engaja S/A – Índice Nacional de Engajamento de Funcionários no Brasil, estudo pioneiro idealizado pela Flash em parceria com a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP) e o Grupo Talenses, revela que 49% dos profissionais brasileiros estão insatisfeitos com o seu ambiente de trabalho.
O Engaja S/A ouviu 1.732 trabalhadores de todas as regiões do Brasil, entre agosto e outubro de 2023, e para avaliar o ambiente de trabalho considerou atributos como: Flexibilidade, Qualidade de vida, Reconhecimento, Diversidade, Equidade e Inclusão, Ambiente aberto, diverso e igualitário, Camaradagem e Relacionamento.
Em uma escala de atribuição de notas de um a cinco pontos, a ‘camaradagem’, que trata de relacionamento entre os colegas de trabalho, é o aspecto melhor avaliado (4,36). O item ‘reconhecimento’ é o pior (3,47), uma pista de que as empresas estejam falhando em encontrar mecanismos para valorizar as contribuições dos colaboradores. A possibilidade de ter ‘flexibilidade’ para trabalhar onde e como quiser e a ‘qualidade de vida’, foram os outros dois quesitos que receberam as menores notas na escala, respectivamente, com 3,79 e 3,85.
De acordo com Paul Ferreira, professor da FGV EAESP e responsável pela condução do estudo, houve uma guinada drástica nas relações de trabalho nos últimos três anos, o que traz mudanças importantes para a gestão de pessoas. Fatores como great resignation, quiet quitting e a entrada da geração Z no mercado de trabalho vêm apresentando uma série de novos desafios para líderes, empresários e profissionais de recursos humanos.
“A falta de equilíbrio entre vida profissional e pessoal indica que as pessoas talvez estejam enfrentando quadros de estresse e excesso de demandas dentro de suas empresas. Já a camaradagem, que tem boas notas, é um atributo 100% brasileiro, que deixa claro que os brasileiros são mais coletivos e gostam de fazer amigos no trabalho”, diz Paul Ferreira.
Segundo o pesquisador, entender essas singularidades é fundamental para criar práticas de gestão adequadas às expectativas atuais, assim como um ambiente de trabalho positivo, que ofereça segurança psicológica e possibilite o desenvolvimento de laços afetivos entre as pessoas.
Jan Christian, diretor-geral de Gestão de Pessoas da Flash, afirma que o tema do engajamento de colaboradores vem ganhando mais importância na pauta da alta liderança. “Por isso, propusemos um mapeamento que mantenha o diálogo entre a academia e o mundo corporativo. O objetivo é auxiliar as empresas e os profissionais de recursos humanos a encontrar caminhos que passam pela melhoria da oferta de capacitação e mobilidade interna, proporcionando mais oportunidades de crescimento aos seus profissionais; pela busca por alternativas viáveis para melhoria de salário, bônus e benefícios; e pela promoção de uma conexão mais próxima entre as lideranças e a realidade dos seus times”, explica.