Pesquisa aponta que 49% das competências de força de trabalho não serão relevantes em 2025, devido à inteligência artificial
Desenvolvimento de habilidades como o pensamento crítico é a chave para o futuro do trabalho, segundo especialista.
Pesquisa aponta que participantes acreditam que profissionais não estão preparados para o futuro do trabalho. (Foto: Unsplash)
A rápida evolução da inteligência artificial tem levantado preocupações sobre o futuro dos empregos. À medida que a IA se torna cada vez mais avançada, muitos temem que ela substitua os trabalhadores humanos em várias áreas. Uma pesquisa feita pela edX- plataforma de educação online - aponta que, em 2025, 49% das competências de força de trabalho não serão relevantes, devido à inteligência artificial. Além disso, 47% dos participantes acreditam que os profissionais não estão preparados para o futuro do trabalho. No entanto, ao invés de temer essa mudança, é importante reconhecer que existem habilidades profissionais, como pensamento crítico, criatividade e análise de tendências, que podem ajudar a enfrentar esse desafio.
“Ao longo do tempo, as capacitações profissionais vêm treinando habilidades relacionadas a realizações de tarefas e que são substituíveis pela digitalização. Com o avanço tecnológico, o que vai destacar e favorecer os profissionais são algumas habilidades que, infelizmente, não foram estimuladas, mas que podem ser desenvolvidas, como o pensamento crítico, análises profundas de tendências com emissão de opinião e pensamento estratégico. A criatividade também é muito importante porque a IA não cria, ela junta informações existentes para gerar respostas e os profissionais podem se sobressair nesse quesito”, comenta Fernanda Godoy, CEO da Prando Godoy, empresa de educação corporativa.
O pensamento crítico é uma habilidade essencial que nos permite analisar informações de forma objetiva e tomar decisões informadas. Com a IA assumindo tarefas repetitivas e baseadas em dados, os trabalhadores precisarão se concentrar em tarefas mais complexas que exijam raciocínio crítico. Ao desenvolver essa habilidade, os profissionais podem se tornar mais eficientes em resolver problemas complexos e tomar decisões estratégicas.
A criatividade é também peça-chave das habilidades humanas que tem sido repetidamente negligenciada nos planos de desenvolvimento dos colaboradores das empresas, especialmente em função da necessidade de atenção aos processos e gestão ágil. Entretanto, esta necessidade não deveria excluir a criatividade, pois é ela que é capaz de incrementar processos e negócios. “Precisamos da criatividade para resolver problemas, para inovar no que já existe e especialmente para criar o novo, o inédito. Isso sim pode definir a permanência ou extinção de negócios inteiros”, ressalta Godoy.
Com o crescimento frequente da automação de tarefas realizadas pela IA, o mercado está sentindo falta de pessoas que possuam a capacidade de analisar profundamente as tendências e omitir opiniões através delas. O pensamento estratégico é outra habilidade que é exclusiva dos seres humanos, mas nem todos estão preparados adequadamente para exercê-lo. Ele permite ter uma visão holística das situações, considerando não apenas o presente, mas também o futuro. Ao pensar estrategicamente, é possível identificar oportunidades, antecipar obstáculos e tomar decisões informadas.
“A combinação do pensamento crítico e análise profunda de tendências permite o desenvolvimento de uma mentalidade de aprendizado contínuo. À medida que a IA se torna mais avançada, é essencial que os profissionais estejam dispostos a se adaptar e a aprender novas habilidades. Aqueles que são capazes de se manter atualizados com as últimas tendências e adquirir novos conhecimentos terão uma vantagem competitiva no mercado de trabalho”, finaliza Fernanda.
É importante destacar que a IA não é uma ameaça para todos os empregos. Embora ela possa substituir algumas tarefas, ela também pode criar novas oportunidades de emprego. À medida que a tecnologia evolui, novos setores e funções surgem, criando demanda por habilidades específicas. Aqueles que estão preparados e têm habilidades profissionais relevantes estarão bem posicionados para se adaptar às mudanças.