Pesquisa aponta mudar de carreira como desejo para 60% dos profissionais
Levantamento mostrou que 60% dos trabalhadores brasileiros cogitavam mudar de emprego até o final de 2023 e 20% já iniciaram as buscas por um novo trabalho.
Autossatisfação e bem-estar com o trabalho estão entre os motivos para a troca de emprego. (Unsplash)
Com a constante evolução do mercado de trabalho, a transição de carreira está se tornando uma jornada cada vez mais comum para profissionais brasileiros. A busca por realização pessoal e satisfação no trabalho está impulsionando um número significativo de trabalhadores a considerar mudanças em suas trajetórias profissionais.
Um levantamento de 2023 do LinkedIn — rede social profissional — mostrou que 60% dos trabalhadores brasileiros cogitavam mudar de emprego até o final do ano e que 20% já iniciaram as buscas por um novo trabalho. A pesquisa contou com a participação de 23 mil trabalhadores em todo o mundo, dos quais 1300 são profissionais brasileiros.
O argumento de muitos trabalhadores para optar pela troca de carreira é a busca por autossatisfação e bem-estar com o trabalho — aspectos que estão ganhando espaço entre a população –, e por outro lado, por conta da insegurança financeira na atual posição que desperta a necessidade de mudança de carreira.
Baseado nesses números, Vinicius Walsh, especialista em transição de carreiras, arquiteto de software e CEO da Transite – startup que está mudando a vida de pessoas em transição de carreiras – analisa o aumento significativo de profissionais brasileiros considerando mudanças em suas áreas. De acordo com o especialista, essa tendência observada no Brasil não segue os padrões internacionais.
“Acredito que as motivações dos brasileiros para transitar de carreira diferem de alguns padrões internacionais. No Brasil, muitas profissões não são valorizadas e não oferecem uma remuneração compatível para alcançar realizações pessoais. Em alguns casos, mesmo que se tenha consolidação na área profissional, ainda falta o reconhecimento e a realização pessoal que não foram alcançados”, explica Vinicius.
Em relação a crescente importância da autossatisfação e bem-estar no trabalho como motivadores para essa transição, o especialista ressalta que já aceitamos alguns comportamentos e atitudes apenas por necessitar sobreviver.
“Até pouco tempo atrás, nós, como pessoas trabalhadoras, em sua maioria CLT, 'aceitávamos' muitos comportamentos e atitudes por ser algo 'normalizado' e necessário para sobreviver. Infelizmente, isso ainda é muito presente em algumas áreas, e determinadas atitudes, como assédio, horas extras em excesso, pressão psicológica intensa seguida de remuneração baixa e um mercado com despesas elevadas, desmotiva muitos profissionais".
Diante desta situação observada, é importante considerar as diversidades culturais e socioeconômicas, pois elas podem influenciar de maneira significativa nas escolhas de carreiras. Enquanto algumas regiões, a busca por satisfação pessoal e bem-estar no trabalho pode ser o principal motor para a transição de carreira, em áreas mais remotas, as preocupações financeiras podem desempenhar um papel ainda mais preponderante nesse processo.
Vinicius também compartilha sua perspectiva sobre os conselhos práticos para profissionais que estão embarcando no processo de transição de carreira. "Meu conselho pessoal é, pesquisem muito sobre a área de interesse. Investiguem quais são as responsabilidades diárias da profissão. O LinkedIn é uma ótima ferramenta. Busquem as vagas da área de interesse, analisem os requisitos e responsabilidades específicas."
Olhando para as perspectivas futuras, é evidente que a digitalização e a globalização continuam a moldar o panorama profissional em todo o mundo, incluindo o Brasil. Com o avanço da tecnologia e a interconectividade cada vez maior, novas oportunidades de carreira surgem em setores em ascensão, como inteligência artificial, tecnologia blockchain e desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, os profissionais que buscam fazer a transição de carreira devem estar atentos não apenas às demandas atuais do mercado, mas também às tendências e inovações que moldarão as oportunidades de emprego no futuro próximo.