Riscos políticos e geopolíticos impactam a confiança dos CEOs, revela pesquisa

Conclusão é da pesquisa “CEO Outlook 2023”, conduzida pela KPMG com 1.325 CEOs das maiores empresas do mundo.

foto-ckrieck_114_110166_ORG_032021-scaled-e1692203610421-1024x771Charles Krieck, presidente da KPMG no Brasil e na América do Sul.(Foto: Divulgação)


A geopolítica e a incerteza política são atualmente os principais riscos para o crescimento dos negócios. Eles não foram considerados os mais importantes anteriormente, mas, na comparação com o ano passado, houve uma mudança significativa na visão dos CEOs globais sobre o assunto. Os demais riscos para esses executivos são atualmente os seguintes: questões operacionais; tecnologias emergentes e disruptivas; cadeias de suprimentos; preocupações regulatórias; mudanças ambientais e climáticas; taxas de juros; segurança cibernética; risco reputacional; e escassez de talentos.

Ainda assim, a confiança desses executivos nas perspectivas econômicas globais permaneceu praticamente inalterada comparando 2022 (71%) com 2023 (73%). Por outro lado, a confiança dos líderes no crescimento de suas empresas está no nível mais baixo dos últimos três anos. No início de 2020, 85% deles estavam confiantes sobre o assunto. Agora, o número caiu para 77%. Essas são algumas das conclusões da pesquisa “CEO Outlook 2023”, conduzida pela KPMG com 1.325 CEOs das maiores empresas do mundo.

“Os CEOs estão enfrentando múltiplos desafios, mas a maioria continua confiante em relação às perspectivas econômicas globais. Os riscos atuais estão obrigando os líderes a reavaliarem prioridades estratégicas e demonstrarem ainda mais resiliência ao lidarem com questões geopolíticas. Isso também está impactando a confiança deles no crescimento de suas empresas. Diante disso, o sucesso será determinado mediante um foco incessante no planejamento estratégico e no compromisso de longo prazo com o futuro dos negócios. Eles também sabem que este é o melhor momento para contribuírem com um planeta mais equitativo e sustentável”, afirma Charles Krieck, presidente da KPMG no Brasil e na América do Sul.

O conteúdo destacou ainda que 77% dos CEOs consideram que o aumento das taxas de juros e as políticas monetárias mais rígidas podem arriscar ou prolongar a ameaça de uma recessão global. Enquanto isso, 77% dos respondentes acreditam que as pressões sobre o custo de vida provavelmente impactarão negativamente a prosperidade de suas organizações.

Mais da metade (68%) deles indicam que seu atual progresso em relação aos fatores ESG não é forte o suficiente para resistir ao potencial exame minucioso de stakeholders e acionistas. Eles continuam priorizando a agenda ESG e reconhecem que aspectos ambientais, sociais e de governança seguem relevantes para operações e estratégias corporativas, com 69% dos respondentes dizendo que incorporaram fatores ESG às suas empresas como forma de geração de valor.

Em função das mudanças climáticas, os líderes disseram que estão preparados para tomar decisões éticas que garantam que suas empresas desempenhem um papel positivo na transição para operações mais sustentáveis. Ainda assim, eles acreditam que os fatores ESG só terão maior impacto nos próximos três anos com clientes, na reputação da marca e nas estratégias de fusões e aquisições.

Sobre Inteligência Artificial (IA) generativa, a pesquisa da KPMG evidenciou que os respondentes continuam investindo fortemente na área buscando vantagens competitivas. Mais da metade deles (70%) concordam que o tema continua sendo prioridade, com 52% esperando ver retorno sobre esses investimentos em três a cinco anos. Apesar disso, citaram desafios éticos (57%) como a principal preocupação da sua implementação. O custo para isso foi classificado em segundo lugar (55%) e a falta de regulamentações e competências técnicas ficou em terceiro (50%). Outro dado é que, apesar de a IA poder ajudar a detectar ataques cibernéticos, 82% acreditam que ela também poderá trazer perigos ao fornecer aos adversários novas estratégias de ataques.

"A IA generativa está sendo cada vez mais debatida entre executivos e membros de conselhos de administração. Eles querem entender melhor o potencial e como implementar essa tecnologia em suas estratégias de negócios. Contudo, o desafio é investir de forma assertiva para explorar as oportunidades da melhor forma. É essencial que os CEOs liderem essa agenda e garantam que suas equipes desenvolvam estruturas robustas de IA como forma de agregar valor para suas empresas e a sociedade", complementa Charles Krieck.

Os CEOs também entendem que suas funções continuam sendo cada vez mais influenciadas pela pressão dos investidores, com 64% deles acreditando que, à medida que a confiança em algumas instituições diminui, a sociedade espera que as empresas preencham esse vazio. A discussão sobre o trabalho híbrido e o retorno aos escritórios persiste. Mais da metade (64%) deles preveem um retorno total ao trabalho interno nos próximos três anos. Ao mesmo tempo, 87% demonstram a probabilidade de criar um vínculo entre oportunidades de recompensa e promoção financeira com o retorno aos escritórios.

A nona edição da pesquisa CEO Outlook, da KPMG, foi realizada com 1.325 CEOs entre agosto e setembro de 2023, e proporciona insights únicos sobre mentalidade, estratégias e táticas de planejamento. Todos os respondentes são de empresas com receitas anuais acima de US$ 500 milhões e um terço delas tem receita anual superior a US$ 10 bilhões. A pesquisa incluiu executivos de 11 mercados (Austrália, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos) e 11 setores (Gestão de Ativos, Automotivo, Bancário, Consumo e Varejo, Energia, Infraestrutura, Seguros, Ciências da Vida, Manufatura, Tecnologia, e Telecomunicações).