Fernando Gorayeb: Ballena cresce mais de 600% ao ano e está prestes a se tornar 'unicórnio da bebida'
Em entrevista exclusiva, Fernando Gorayeb , empresário à frente da Ballena, revela como enxerga o sucesso da marca e as perspectivas de mercado.
Fernando Gorayeb, cofundador e diretor- executivo da Fever-Tree Brasil, Burlone Spirits e Ballena. sócio da St. Pierre Group e Easy Booze. (Foto: Divulgação)
Com mais de uma década no mercado de bebidas no Brasil, Fernando Gorayeb colhe os frutos de uma das suas mais recentes empreitadas: a Ballena - um licor brasileiro, de morango com tequila, que nasceu em 2022 e tornou-se febre entre os jovens. A ideia não apenas virou realidade, como hoje, cresce mais de 600% ao ano, de acordo com o empresário.
Muito mais que a construção da marca, Gorayeb quer criar experiências ao seu público. Mas além da Ballena, o executivo está à frente de outros negócios do mesmo segmento, com lançamentos na linha health
Em entrevista exclusiva ao LÍDER.INC, Fernando Gorayeb compartilhou sua trajetória e expectativas de mercado.
Muito antes da Ballena você já estava no mercado de bebidas. Como foi esse início?
Eu já tinha um negócio de importação e um dos produtos que trazia tinha muita sinergia com a gastronomia. E neste contexto, entra a minha história com a Fever-Tree Brasil. Eu conheci o produto em uma viagem a Nova York (EUA) e fiquei com aquela garrafinha de vidro na cabeça. Quando voltei ao Brasil, falei ao meu sócio que precisávamos importar aquela bebida, mas não lembrava o nome.
Foi somente um ano depois, durante o casamento da minha irmã na Itália que tive um novo contato com a Fever e começamos o processo de tratativa com a empresa.
Aproveitamos a visita do manager para a América Latina em São Paulo para apresentar nossa proposta e levá-lo a lugares na cidade para experimentar o Gin Tônica daqui.
Apesar deste esforço, foi somente após um encontro na Inglaterra que conseguimos fechar o negócio e trazer o produto ao país. Apesar de não precisarmos criar uma marca, tínhamos o desafio de construir uma categoria aqui no país. E hoje fico muito feliz de ver no mercado espaços de mixer. Na pandemia, lancei meu segundo produto, o Burloni, um Gin. A ideia veio a partir de uma lacuna no mercado e, então, decidimos trazer uma bebida versátil e fazer o melhor custo-benefício, mantendo a melhor qualidade.
Qual o seu critério para investir em novos produtos?
Eu estou na área há 10 anos, e acaba que vai aguçando a percepção. Hoje, eu experimento produto toda semana e consigo distinguir o que eu gostaria do que o público deseja. Isso aumenta a possibilidade de sucesso, mesmo que não seja certo. Portanto, é uma junção de conhecimento empírico, pesquisa e feeling- como também aconteceu com a Ballena. Eu sempre achei que a tequila tinha o seu lugar, porque entendo que tudo que é escasso tem uma demanda reprimida. E conseguir fazer um produto à base de tequila envolve um processo de controle gigantesco do governo do México. Hoje, a Ballena é a única empresa do Brasil que tem a possibilidade de trazer a tequila a granel.
Como você enxerga o sucesso da Ballena?
A história da Ballena está sendo genial eu acho que estamos próximos de nos transformar em um unicórnio da bebida. A gente cresce mais de 600% ao ano. Em 2022 produzimos 2 mil garrafas e em janeiro deste ano fechamos com mais de 100 mil. Para 2024, acredito que temos ainda muito a fazer e seguir nesta linha de inovação, no sentido de proporcionar experiência ao nosso consumidor.
Como o que efetivamos neste carnaval no Rio de Janeiro, com a presença nos camarotes da Portela, Arpoador, Favela, Lounge, Allegria, Camisa 10, King, Mar, Rio Carnaval e Salgueiro. Foram mais de 120 mil shots distribuídos em 5 dias de festa e uma equipe de 60 pessoas.
Além disto, a marca já está em processo de registro nos Estados Unidos, e pensamos na internacionalização, para o segundo semestre, para: Portugal, Espanha e Inglaterra. Mas temos pedidos de outros lugares, como Dubai, Líbano e até mesmo Islândia.
Para este ano há novidades também no nicho de bebidas mais saudáveis, certo?
Isso mesmo, acabamos de lançar a Moving, uma bebida proteica que sai do imaginário de ser algo licoroso ou ligado ao leite. Podemos definir como um refrigerante saudável. Conseguimos, após alguns testes, chegar neste produto que é diferente de tudo que tem no mercado nacional. Esta é uma novidade que tenho com a St. Pierre Group, a qual também sou sócio. E falando neste grupo, temos dois mixers em desenvolvimento para tomar com tequila. É algo que aposto muito.