Jovens consideram mudança climática como maior crise global atualmente

Pessoas nascidas a partir da primeira conferência COP, a chamada geração COP, são as mais otimistas para encontrar uma solução e acreditam na tecnologia como aliada contra o problema.

rodrigo-castro-IfIVvjA1wxY-unsplashTecnologia é percebida como uma ferramenta fundamental para abordar a crise. (Foto: Unsplash)

A nova edição do Barômetro de Realidade Climática, realizado pela Epson, revela que, no Brasil, a preocupação com a mudança climática aumentou e é considerada um problema global mais importante do que qualquer outro. Além disso, a tecnologia é percebida como uma ferramenta fundamental para abordar esta crise.

De acordo com o Barômetro, há otimismo no Brasil. A geração COP é a mais otimista dentre todas na resolução da crise climática, como mostram os dados abaixo:

• Segundo o Barômetro, 52,8% da população brasileira acredita que a mudança climática é um dos maiores problemas que o mundo enfrenta hoje;

• Ao todo, 48,2% da população no Brasil está otimista de que evitaremos um desastre climático durante o seu período de vida; Já 51,5% da Geração COP está otimista, mais do que a geração anterior de 30 anos ou mais (47,1%);

• No estudo, 62,3% dos brasileiros entrevistados acreditam que uma das coisas mais importantes que as empresas podem fazer no combate às mudanças climáticas é investir em tecnologias ambientais.

O Brasil ocupa uma posição crítica no esforço global para combater a crise climática por conta da Bacia Amazônica e da rica biodiversidade do país, que contribuem para o equilíbrio do clima em todo o mundo. Embora a floresta amazônica atue absorvendo mais gases de efeito estufa (GEE) do que emite, o Brasil também se destaca como o maior emissor de gases de efeito estufa na região da América Latina e do Caribe (Links climáticos).
Segundo a pesquisa, até 2030, os choques relacionados ao clima terão o potencial de forçar até três milhões de brasileiros a condições de pobreza extrema (Banco Mundial). Os impactos climáticos no Brasil incluem temperaturas mais altas que alteram a distribuição de espécies, secas que afetam ecossistemas e comunidades de água doce, mudanças climáticas que influenciam a propagação de doenças e aumento do nível do mar que afeta áreas baixas do delta do Amazonas (Links climáticos).

Dados Globais

No terceiro ano, o Barômetro é publicado à medida que a evidência da mudança climática catastrófica cresce: registros de temperaturas do oceano sem precedentes, níveis baixos recorde de gelo marinho no Ártico e na Antártica e fenômenos climáticos extremos no mundo todo. A frequência crescente destes fenômenos adversos é provavelmente a razão por que mais pessoas mencionam a "mudança climática" (55%) como o problema global mais importante, acima de outros tais como o "aumento dos preços" (53%), a "pobreza" (37%) e a "guerra" (23%).

"À medida que os impactos adversos aceleram-se, é crucial compreendermos as atitudes diante da mudança climática. A Epson está plenamente comprometida a atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 13 das Nações Unidas através de ações climáticas positivas e a oferecer soluções que enriqueçam nossas vidas e construam um mundo melhor. Acreditamos que ouvir a geração mais jovem pode ajudar governos, comunidades e empresas a alinharem melhor ações positivas que apoiem aqueles que já experimentaram a mudança climática ao longo da vida”, comenta Yasunori Ogawa, presidente executivo da Epson.

Ainda segundo o executivo, o Barômetro de Realidade Climática permitiu que a Epson conhecesse diversas perspectivas geográficas, geracionais e econômicas, fornecendo ideias sobre como a mudança climática está transformando as vidas e a forma que ela pode ser combatida.

A geração COP: o otimismo daqueles que cresceram com a mudança climática

Faltando menos de 50 dias para a vigésima oitava conferência COP, a Epson concentra-se nas atitudes dos nascidos a partir da primeira conferência COP em 1995. Os integrantes deste grupo, conhecido como a geração COP (Gen COP), têm atualmente 29 anos de idade ou menos. Desde seu nascimento, estiveram expostos a fenômenos climáticos cada vez mais extremos, portanto possuem experiência e conhecimentos valiosos que poderiam ajudar a encontrar soluções eficazes para a mudança climática.

Ainda que possam existir diferenças conforme a região, o Barômetro de Realidade Climática revela que, em nível mundial, a geração COP e a faixa etária de 35 a 44 anos são os mais otimistas em geral: quase metade deles (49%) acredita que vamos poder solucionar a crise climática no decorrer de sua vida. Pelo contrário, as faixas etárias de 45 a 54 anos e de 55 anos ou mais registram o menor nível de otimismo: 42% e 32%, respectivamente.

Os grupos que investiram no futuro, seja pessoalmente, seja através dos filhos, mostram um alto grau de otimismo na nossa capacidade de resolver a crise. Embora a geração COP seja a faixa etária mais otimista, o grupo mais otimista de todos (55%) é composto por pais de crianças menores de 18 anos, também conhecidos como os "Pai e Mãe" do mundo.

Não obstante, ao analisar mais profundamente esta comparação, não restam dúvidas de que o otimismo acarreta resultados diversos. Quando consultados sobre quais medidas climáticas positivas estão adotando, os membros da geração COP registram níveis mais baixos de ação do que a média mundial em 9 das 14 categorias, e níveis mais baixos de ação do que os Pai e Mãe em 12 das 14 categorias (vide a tabela de ações climáticas nas notas para editores abaixo).

Existem várias razões possíveis para isso. Enquanto a geração COP cresceu com a mudança climática e uma maior consciência sobre o meio ambiente, os grupos com maior idade podem reconhecer a volatilidade crescente com o tempo. Além disso, é interessante indicar que a geração COP considera que o "aumento dos preços" é um problema maior do que a "mudança climática", o que sugere que a falta de opções sustentáveis que sejam economicamente acessíveis pode ser uma causa também.

Ação e inação climática

Mesmo que muitas pessoas estejam tomando medidas para enfrentar a mudança climática, existem grupos de pesquisados que indicam que nunca vão agir em áreas importantes. Por exemplo, em nível mundial, 38% deles diminuíram as viagens internacionais a negócios e a lazer, ao passo que 30% planejam reduzir. No entanto, 17% das pessoas afirmam que nunca vão fazer isso. A resistência a reduzir as viagens internacionais é consideravelmente maior em mercados como Singapura, Espanha e o Reino Unido (21%); Japão e os Países Baixos (22%); Canadá e Alemanha (23%); Austrália e Sérvia (26%); e Israel (31%). Por outro lado, menos pessoas de países como Coreia do Sul (9%), China (10%), Egito e Turquia (11%), e Marrocos e os Emirados Árabes Unidos (12%) dizem que nunca vão diminuir as viagens internacionais.

Em nível mundial, a resposta de "Nunca vou fazer" destaca-se também em áreas específicas tais como "diminuir o consumo de produtos de origem animal" (18%), "boicotar marcas que desrespeitam o meio ambiente" (15%) e "motivar amigos e familiares a se informarem sobre a crise climática" (10%).

A resistência à ação pode ser causada por múltiplos fatores, como a localização geográfica, a cultura e a economia, bem como a confiança na capacidade da humanidade para resolver o problema sem ter que tomar ações individuais.

A tecnologia como facilitadora de soluções

Segundo os entrevistados do Barômetro, a tecnologia é considerada uma ferramenta crucial no combate contra a mudança climática catastrófica.

Quando foi perguntado para eles qual a medida mais importante que uma empresa poderia tomar para abordar o problema, 48% mencionaram o investimento em tecnologias ambientais como algo primordial, seguido de perto pelas melhorias na reciclagem e na reutilização de produtos (45%), pela redução no uso de recursos (28%), pela promoção da participação dos funcionários em atividades ambientais (21%) e pela compensação do impacto de carbono e plástico (21%), que completaram os cinco primeiros lugares.