Eduardo Fischer: Das três letras do ESG, o S é a mais urgente

O Brasil chegou  a crescer em 2020,  com 26 novos fundos focados em ESG, um salto em relação aos 19 que existiam  em 2019.  Mas nenhum desses lançamentos é voltado exclusivamente para o social.

m_66_0_1_11102021130402Eduardo Fischer é CEO da MRV, empresa do grupo MRV&CO, uma plataforma habitacional composta por marcas que  oferecem a solução de moradia adequada para cada necessidade e momento de vida. (Foto: Divulgação)

A indústria de  fundos  brasileira  dedica 1%  de seu patrimônio a ações de ESG. O dado  é da Associação  Brasileira  das Entidades dos  Mercados Financeiro e de Capitais  (Anbima).  Estamos  muito  longe do padrão global,  que já está em 26%,  com franca tendência  de crescimento. De acordo  com o último relatório da Climate  Bonds Initiative  (CBI), em termos  globais,  os títulos  verdes continuam sendo os mais procurados, mas os títulos  sociais alcançaram US$ 249 bilhões, um aumento de mais de 1022% em relação a 2019!

O Brasil chegou  a crescer em 2020,  com 26 novos fundos focados em ESG, um salto em relação aos 19 que existiam  em 2019.  Mas nenhum desses lançamentos é voltado exclusivamente para o social. Mesmo com a crise provocada pela pandemia, nenhum  fundo novo lançado  no país no ano passado  teve foco exclusivo em questões sociais.

Quando encontro esse tipo de informação, pen- so: onde está o S do ESG? É claro que as questões ambientais e de governança são cruciais para qual- quer organização. Em nações mais desenvolvidas como as da Europa e América do Norte, a busca por soluções ambientais é mais evidente e de fato deveria ser, mas em países em desenvolvimento, como é o Brasil, as questões sociais são uma prioridade.

Nossa  realidade  não permite  que o tema seja subvalorizado, muito  pelo  contrário. Em uma nação  desigual  como  a nossa,  a inclusão  social deveria  ser tratada como prioridade nacional.  É assim que pensamos  na MRV. Acreditamos também que não  há forma  mais eficaz de melhorar o S do ESG do que investindo  em formação de crianças  e adultos.

Para  nós,  a educação  é o melhor  caminho. Por isso, estamos  sempre  promovendo ações de desenvolvimento social a partir  do aprendizado. Mais  do que ajudar  pessoas,  queremos  oferecer um propósito a elas. Temos como meta oferecer oportunidades para  que cada  vez mais cidadãos sejam efetivamente  integrados à sociedade.

Assim, as pessoas,  as famílias,  as comunidades e o país crescem como  um todo.  Por isso a educação  está no centro  das ações do Instituto MRV, que surgiu em 2014 para reunir e organizar as ações que já realizávamos. O instituto recebe, anualmente, 1% do lucro líquido da MRV, o que correspondeu a R$ 6,5 milhões no último ano.

Buscamos  contribuir para  o desenvolvimento sustentável da sociedade, inclusive apoiando a educação por meio do esporte, a educação por meio da cultura  e a educação por meio de ações ambientais. Desenvolvemos, por meio do Instituto iungo, ações para estimular a formação de novos professores, essa carreira tão importante e, ainda assim, tão desvalorizada  no Brasil. Sabemos do poder  multiplicador da educação:  cada vez que um colaborador nosso, que muitas vezes recebeu uma formação falha, tem aulas no início do expediente, ele leva essa inspiração para dentro de casa. É com ações assim que podemos transformar o S do ESG.       

 

(Fonte: MRV | Conteúdo de Marca)