Setor automotivo tem R$ 30 milhões disponíveis para pesquisas em inovação

Recursos fazem parte do Programa Rota 2030. Empresas interessadas em desenvolver tecnologias para o setor podem se inscrever pela Plataforma Inovação para a Indústria.

Em uma iniciativa voltada para aumentar a produtividade e o desenvolvimento tecnológico da indústria automotiva, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), por meio programa Rota 2030, está selecionando projetos para desenvolvimento de pesquisas e inovação para o setor. Ao todo, R$ 30 milhões estão disponíveis para a categoria Rota 2030 na Plataforma Inovação para a Indústria. Coordenado pelo SENAI, o programa Prioritário Alavancagem de Alianças para o Setor Automotivo atua em três linhas de trabalho: desenvolvimento de competências, incremento de produtividade da cadeia e aumento de recursos para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). 

O Rota 2030 é um programa estratégico para expandir a exportação de veículos e autopeças, além de ampliar a inserção global do setor.

“Estamos vivendo uma transformação do padrão tecnológico em todas as atividades econômicas, e na indústria automotiva isso está acontecendo de forma mais intensa. Há desafios no modelo de propulsão do automóvel, nos materiais, nas baterias, até no modelo de negócio. Tudo isso faz com que a agenda de inovação tenha importância central nessa indústria”, destaca o diretor nacional do SENAI, Rafael Lucchesi.

Apesar do cenário de instabilidade ocasionado pela pandemia da Covid-19, o Brasil tem uma oportunidade para fortalecer sua indústria através da inovação de produtos e processos. Por isso, a importância da iniciativa combinada de instituições de conhecimento e de uma ação estratégica da agenda de política pública sob uma lógica de governança destinada a gerar valor e riqueza para o país. Assim, o Rota 2030 torna-se um grande aliado para a retomada da indústria automobilística brasileira.

O programa já disponibilizou R$ 89 milhões para projetos e tem o desafio de ampliar a inserção global da indústria automotiva brasileira. Mais de 250 consultorias lean manufacturing ou de digitalização foram realizadas, além de 500 avaliações de maturidade tecnológicas. O Rota 2030 é parte da estratégia elaborada pelo governo federal para desenvolvimento do setor automotivo.

 
Em parceria com o SENAI, a General Motors desenvolveu o Snake Robot, "braço" que imita uma cobra e tem movimentos capazes de acessar áreas bem difíceis

General Motors e SENAI desenvolvem novo robô para o setor

Os Institutos SENAI de Inovação de Processamento a Laser, de Sistemas Embarcados e de Sistemas de Manufatura, e a General Motors (GM) realizaram uma parceria para a construção do Snake Robot. Aprovado no âmbito do Programa Prioritário EMBRAPII, de apoio à pesquisa e desenvolvimento (P&D) para a cadeia de mobilidade e logística, o projeto consiste no desenvolvimento de uma solução tecnológica capaz de aprimorar a execução do plano operativo na montagem de automóveis.

O Snake Robot imita uma cobra e possui maior variedade de movimentos, acessando áreas de difícil acesso. Pela versatilidade deste robô, ele pode fazer movimentos que antes seriam realizados por vários robôs tradicionais. Além disso, realiza movimentos que seriam ergonomicamente críticos para operadores. É uma patente internacional de origem nacional (Projeto GM-EMBRAPII) de conceitos mecânicos, elétricos e de software específicos, que garantem a estabilidade do robô. Este robô estará em fase de testes nas fábricas da General Motors em Joinville (SC) e São José dos Campos (SP) a partir de 2022.

“O Snake Robot é um orgulho para nós, engenheiros brasileiros que trabalham com inovação, porque ele possui grandes chances de ser exportado para o mundo inteiro, nas mais diversas indústrias. É a tecnologia brasileira ganhando o mundo. É o único robô que você vai poder comprar por metro e por grau de liberdade”, destaca Carlos Sakuramoto, gerente de inovação da GM América do Sul.

Os resultados obtidos com esse projeto para a indústria são otimização e redução de robôs antropomórficos, redução de áreas fabris, do número de robôs, eliminação de trabalhos com riscos ergonômicos (acesso a lugares remotos), facilidade de manutenção sem interrupção de processos.

Para o coordenador de Tecnologia e Inovação do Instituto de Processamento a Laser, de Joinville (SC), Marcelo Teixeira dos Santos, essa é uma conquista para o setor.

“Tanto a indústria quanto a sociedade ganham com essa iniciativa, com a criação de novos postos de trabalho, modelos de negócios, além de poder exportar esse produto com tecnologia brasileira”, ressalta.

O Snake Robot foi licenciado pela General Motors para a empresa AMOVERI, como atual detentora da tecnologia, que será responsável pelo desenvolvimento das aplicações e construção do equipamento.

 

Como participar

A Plataforma Inovação para a Indústria está aberta à participação de empresas do setor industrial de todos os tamanhos, inclusive startups de base tecnológica. Para participar, é necessário enviar a ideia pela Plataforma de inscrição, seguindo normas e cronogramas específicos de cada categoria. 

Acesse aqui para saber mais sobre o regulamento

A Plataforma é uma iniciativa do Sistema Indústria para financiar o desenvolvimento de produtos, processos ou serviços inovadores, com o objetivo de aumentar a produtividade e a competitividade da indústria brasileira, além de promover a otimização da segurança e saúde na indústria. Criada em 2004 como Edital SENAI SESI de Inovação, a iniciativa já selecionou mais de mil projetos inovadores, nos quais foram investidos mais de R$ 817 milhões. As propostas escolhidas recebem recursos e apoio para desenvolvimento de uma prova de conceito, passando por processos de validação, de protótipo e de teste na rede de inovação e tecnologia do SENAI.

Rede Institutos SENAI de Inovação

A Rede de Institutos SENAI de Inovação foi criada para atender as demandas da indústria nacional. Ela tem como foco de atuação a pesquisa aplicada, o emprego do conhecimento de forma prática, no desenvolvimento de novos produtos e soluções customizadas para as empresas ou de ideias que geram oportunidades de negócios. Os institutos trabalham em conjunto, formando uma rede multidisciplinar e complementar, entre si e em parceria com a academia, com atendimento em todo o território nacional. 

A rede é composta por 26 Institutos SENAI de Inovação. Desde a criação, em 2013, mais de R$ 1,2 bilhão foram mobilizados em 1.332 projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). A estrutura conta com mais de 930 pesquisadores, sendo que cerca de 52% possuem mestrado ou doutorado. Por serem reconhecidos como Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT), os Institutos SENAI de Inovação possuem acesso a diversas fontes de financiamento não-reembolsáveis para projetos de PD&I. Atualmente, 15 institutos compõem unidades EMBRAPII e possuem acesso direto a recursos para financiamento de projetos estratégicos de pesquisa e inovação.

 

Fonte: Por Agência CNI de Notícias