Samuel Pessoa: Por que a Coreia é mais produtiva do que o Brasil? E os EUA?

Com técnica de decomposição de desenvolvimento, este post documenta que maior produtividade da Coreia, relativamente à brasileira, deve-se à maior acumulação de capital físico e humano. O mesmo procedimento é feito para os EUA relativamente ao Brasil, com resultados diversos.


Samuel Pessoa é chefe do Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE).

 

  1. Como podemos descrever a diferença de produtividade do trabalho entre os países do leste asiáticos e o Brasil? A primeira teoria é dada pelo fundamentalismo de capital. É a ideia de que a diferença de capitalização entre as economias explica essa diferença. Isto é, a ideia seria que os asiáticos, controlando-se pelo capital, não são melhores do que nós. Essa ideia de que o enriquecimento dos asiáticos é fruto da força bruta, isto é, muito trabalho, muita poupança, e muita educação de qualidade, e que, após limpar por esses fatores, não há nada de milagroso na trajetória dessas economias foi defendida por Alwyn Young em um trabalho muito influente chamado “The Tyranny of Numbers: Confronting the Statistical Realities of the East Asian Growth Experience”, publicado no Quarterly Journal of Economics em 1995. A ideia dele é que para o crescimento asiático a taxa de crescimento da produtividade total dos fatores, isto é, daquela medida de produtividade já limpa da acumulação de capital e de capital humano, era menor do que a observada nos países da OCDE quando estes cresciam;    
     
  2. Um paper meu com Fernando Veloso e Pedro Ferreira não publicado documentou que o achado de Young precisa ser qualificado: o período em que Young considerou para estudar os asiáticos foi um período de crescimento relativamente baixo da produtividade no mundo. E frente ao que ocorria no mundo eles não foram tão mal assim. Mas independentemente de nossa qualificação os asiáticos constituem um exemplo de crescimento pela força bruta. Vejamos o que a teoria nos sugere;     
       

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Fonte: FGV IBRE