Luiz Carlos Trabuco prevê que economia brasileira deve superar expectativas em 2024

Executivo do Bradesco participou, junto com outros empresários e especialistas, do Brazil Economic Forum. Evento é realizado pelo LIDE - Grupo de Líderes Empresariais em parceria com a Editora Abril, pela revista Veja.

Luiz Carlos Trabuco Cappi (Bradesco) - Créditos_ Rogério Cajuí_LIDE Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho de Administração do Banco Bradesco. (Foto: Rogério Cajui/LIDE)

A perspectiva de superação de expectativas para a economia brasileira em 2024 foi enfatizada pelo presidente do Conselho de Administração do Banco Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, durante sua participação no Brazil Economic Forum, em Zurique, na Suíça, nesta sexta-feira (19). O evento é realizado pelo LIDE - Grupo de Líderes Empresariais, em parceria com a Editora Abril, pela revista Veja.

O executivo demonstrou sua confiança para este ano a partir dos resultados de 2023, que segundo ele, o período “deu respostas” com a superação das dívidas externas, inflação sob controlo e PIB além das especulações. Para ele, esses pontos impactam no respeito dos grandes investidores ao Brasil. “Todos os ganhos nos fazem acreditar que 2024 também vai superar as expectativas”, reitera.

Trabuco citou, ainda, os desafios para alcançar esse cenário, reforçando que é preciso ter um trabalho híbrido entre o ajuste fiscal e o crescimento econômico. “O crescimento econômico é a única forma sustentável da gente ter emprego e renda. Essa jornada começa pelo equilíbrio das contas públicas”, reforça.

Mário Mesquita (Itaú) - Créditos_ Rogério Cajuí_LIDE Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco. (Rogério Cajui/LIDE)

Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco manteve o otimismo, mas apresentou cautela em sua análise. “O Brasil vem mostrando crescimento bom, com uma recuperação mais forte. Esse ano deve ter uma economia menos pungente que ano passado”, conta. A projeção, segundo o especialista, deve-se a menor probabilidade de o agronegócio brasileiro repetir o desempenho registrado em 2023.

A indicação e escolha do próximo presidente do Banco Central brasileiro não escapou do debate no evento.

Isaac Sidney (Febraban) - Créditos_ Rogério Cajuí_LIDE
Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN). (Foto: Rogério Cajui/LIDE)

Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN), compartilhou sua apreensão quanto ao tema, enfatizando que o próximo a ocupar o cargo, independente de quem for, “precisa ter toda a liberdade técnica”, diz. Sidney lembrou que, apesar da pressão para a redução da taxa de juros no ano passado, a Instituição não teve sua autonomia ameaçada.

Colaborar para crescer

IMG_0209Michel Temer, presidente da República entre 2016 e 2018. (Foto: Rogério Cajui/LIDE)

O ex-presidente do Brasil, Michel Temer, definiu o Brasil como um país capaz de atender necessidades do momento em uma velocidade extraordinária. Segundo ele, “o Brasil é o país que se reformata de tempos em tempos”, fazendo uma ligação com as aprovações das reformas recentes que, em sua visão, acompanham os movimentos nacionais e internacionais.

Temer lembrou que este processo político e econômico brasileiro resultou também na modernização dos sistemas, dando mais espaço para a iniciativa privada. “Ninguém pode negar que a privatização é algo extremamente útil”, reforçando a necessidade de trazer esse setor para colaborar com a administração pública.

Cenário realista

Cristiano Pinto da Costa (Shell) - Crédito_ Rogério Cajui_LIDECristiano Pinto da Costa, presidente da Shell Brasil. (Foto: Rogério Cajui/LIDE)

As oportunidades de investimento foram citadas pelo presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa, que destacou o país como um lugar estratégico para o mundo por sua potência energética. Costa, no entanto, lembra que apesar do empenho na transição energética, essa realidade deve levar mais tempo do que o esperado.

“Temos que entender e aceitar que todas as fontes energéticas vão conviver juntas em muitas décadas, enquanto substituímos uma forma tradicional de produzir energia por formas novas”, constata.

IMG_0182André de Angelo,  diretor-geral da Acciona Brasil. (Foto: Rogério Cajui/LIDE)

A preocupação com o meio ambiente foi mencionada também pelo diretor-geral da Acciona Brasil, André de Angelo, que defendeu que “não se pode pensar em infraestrutura sem pensar em sustentabilidade”. Para isso, destacou a necessidade de incentivo do poder privado de maneira mais efetiva. Sobre a importância do seu setor, de Angelo complementou que é preciso uma colaboração com o setor público. “Nenhum país do mundo consegue crescer em infraestrutura só com recurso público”, conclui.  

Olhar estrangeiro

O presidente Brasil da Paper Excellence, Claudio Cotrim, ponderou sobre a atração dos investimentos estrangeiros no Brasil. Em sua visão, o Estado de Direito em constante melhoria, como exemplo, a arbitragem, é o fator chave para conquistar o interesse de outros países.

Para José Manuel Entrecanales, presidente e CEO da Acciona, o Brasil detém de importantes requisitos para o sucesso no desenvolvimento dos negócios, como a estabilidade institucional, dimensão, e a natureza. Lembrou, no entanto, que esses esforços devem priorizar a preservação do meio ambiente.


 O Brazil Economic Forum é realizado pelo LIDE, em parceria com a Editora Abril, por meio da Revista Veja. Os patrocinadores são Bradesco, Dasa, Itaú, Hapvida, NotreDame Intermédica, Paper Excellence, Porto, UBS BB e Vale. Os apoiadores são Acciona, Amaro Aviation, Banco BRB, Estre, Febraban, JHSF, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Grupo BBF e Shell. A transportadora oficial é a Swiss. A operadora oficial é a Maringá Turismo.