Cláudio Sertório: 'Expectativa é que o aumento das transações de fusões e aquisições aconteça com a transformação nos modelos de negócio'
Segundo pesquisa da KPMG, CEOs de seguradoras confiam no crescimento dos negócios.
Cláudio Sertório, sócio-líder de Serviços Financeiros da KPMG no Brasil. (Foto: Divulgação)
Três quartos (75%) dos CEOs globais de empresas de seguros estão confiantes em relação às perspectivas de crescimento do setor e 78% estão confiantes no crescimento de suas próprias organizações. É o que diz a 9ª edição do estudo “Insurance CEO Outlook 2023: um panorama dos CEOs do setor de seguros”, feito pela KPMG com 128 CEOs globais. A publicação capturou insights profundos sobre suas visões e perspectivas para o setor e o cenário econômico em seu sentido mais amplo agora e nos próximos três anos.
A confiança demonstrada pelos respondentes decorre do otimismo em relação à economia global como um todo, que aumentou de 72% para 74%. Mais da metade (55%) dos CEOs também descrevem a si mesmos como tendo grandes intenções por fusões e aquisições, embora essas operações em seguros tenham diminuído em algumas regiões. Mais da metade (60%) deles investiram mais na aquisição de novas tecnologias em 2023, em comparação com 54% descrito na pesquisa de 2022, uma alta de 6%.
“A expectativa é que o aumento das transações de fusões e aquisições aconteça com a transformação nos modelos de negócio que os líderes de seguros estão fazendo para a busca de um crescimento rentável e sustentável. Essa transformação passa fundamentalmente pela aquisição das novas tecnologias emergentes que aumentam a eficiência operacional”, diz Cláudio Sertório, sócio-líder de Serviços Financeiros da KPMG no Brasil.
O conteúdo evidenciou ainda que a implementação de IA gera para as organizações de seguros os principais benefícios a seguir: aumento da lucratividade (21%), detecção de fraudes e respostas a ataques cibernéticos (20%), aumento da inovação (14%), novas oportunidades de crescimento de produtos e mercados (12%), geração de empregos (9%), análise de dados mais rápida (9%), aumento da produtividade (9%), serviços personalizados e engajamento dos clientes (7%).
“Muitas empresas de seguros já caminham em direção à transformação digital. Isso está tornando-se cada vez mais imprescindível pois as empresas de tecnologia financeira para o setor de seguros ágeis e novos participantes do mercado mudaram a maneira pela qual o seguro é vendido, prestado e liquidado”, complementa Joel Garcia, sócio-líder de Serviços Atuariais da KPMG no Brasil.
Embora o resultado da pesquisa traga boas expectativas e um panorama bom de otimismo, algumas questões também são colocadas como pontos de alertas para o mercado. Para os respondentes, a incerteza política em virtude das contínuas tensões regionais tornou-se a principal ameaça ao crescimento organizacional nos próximos três anos, seguida de riscos tecnológicos e risco à taxa de juros, diferente de 2022, quando riscos operacionais e riscos tecnológicos estavam como prioridades de atenção.
A inflação aumentou e as taxas de juros subiram. “Uma liderança forte e resiliente será imprescindível para ajudar a manter as companhias de seguros avançando progressivamente na jornada de mudanças e transformação na qual elas se encontram, especialmente com novos desdobramentos. É o caso da IA, que está demonstrando potencial para repensar aspectos de como a empresa é dirigida”, conclui Claúdio Sertório.