Acordo com agência internacional vai acelerar a transição energética no Brasil
Plano de trabalho estabelece as diretrizes da cooperação bilateral para o período de 2024 a 2025.
Fatih Birol, diretor executivo da IEA. (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)
O Brasil deu mais um passo rumo ao protagonismo na transição energética. Nesta quarta-feira (31), o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Internacional de Energia (IEA) assinaram o Plano de Trabalho para a Aceleração da Transição Energética. A iniciativa estabelece as diretrizes da cooperação bilateral entre a agência e o Brasil para o período de 2024 a 2025.
O Plano fortalece o Brasil para sediar a COP30, em 2025, em Belém (PA), e oferece insumos para a elaboração do posicionamento do país enquanto preside o G20. Para o diretor executivo da IEA, Fatih Birol, os próximos dois anos serão de destaque para o país.
“O tempo do Brasil chegou. O Brasil tem que liderar os países emergentes na questão das energias renováveis. A transmissão de energia limpa no mundo não está acontecendo, mas o Brasil tem músculos e lideranças para conduzir um desenvolvimento justo e inclusivo. No G20, espero que o Brasil crie muitos mercados para isso. Temos muitos setores para descarbonizar, como o aéreo e o marítimo”, disse.
Missão descarbonização
A aceleração da transição energética é uma das missões defendidas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para a neoindustrialização e a retomada do crescimento do país. A instituição destaca os papéis das energias renováveis e da eficiência energética na atração de investimentos internacionais, geração de renda e desenvolvimento social.
O tema foi um dos que a CNI destacou para serem discutidos no B20 Brasil, fórum que faz a conexão entre lideranças empresariais e governamentais de países que integram o G20. No evento de lançamento, realizado no Rio de Janeiro (RJ) na última segunda-feira (29), o presidente do Fórum Econômico Mundial, Børge Brende, disse acreditar que o Brasil pode se destacar na transição energética, especialmente no setor relacionado aos biocombustíveis.
“Se olharmos para o PIB global, o Brasil representa 2%, mas, em relação a biocombustíveis representa quase 10% da produção. O Brasil é uma superpotência nesse setor e pode ter uma influência muito importante durante a sua presidência do G20, pensando nesses novos combustíveis e no seu papel na descarbonização das economias”, disse.
O Business 20 (B20) reúne cerca de 900 representantes empresariais e tem por objetivo propor ao G20 recomendações de políticas elaboradas por diferentes forças-tarefa que se reúnem virtualmente durante o ano da presidência.